Ética, Gênero e Educação foram debatidos na noite desta segunda-feira, dia 11. No palco do Teatro Univates esteve Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP) e ex-ministro de Educação do Brasil. A atividade marcou o início do Simpósio Diálogos na Contemporaneidade, que segue até a próxima sexta-feira, dia 15, promovido pelo Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Univates.
Conforme Janine Ribeiro, a educação é importante para ampliar a visão de mundo. A ética, nesse contexto, contribui para que as pessoas percebam como aceitar as diferenças e para que promovam a igualdade. “Nosso país só dá oportunidade a um terço da população. Eticamente, temos que promover a igualdade não só em termos de papel, princípios ou lei, mas em termos de prática e de realidade”, afirmou ao dar o exemplo da questão de gênero. “Gênero é uma palavra que está cada vez mais sendo usada para substituir o assunto que antes era chamado de ‘sexo’. Muitas pessoas acham que a palavra sexo tem apenas o sentido biológico – homens e mulheres. Hoje cresce a ideia de que, além do sexo biológico, existe a maneira como as pessoas vivenciam isso. Eventualmente há pessoas que não se sentem confortáveis com seu sexo biológico”, explicou, destacando que as grandes questões atuais envolvem a igualdade entre homens e mulheres, a aceitação de modos de ser e orientações sexuais.
O professor destacou que a transversalidade, principal assunto do evento, é uma marca na educação, sobretudo atualmente, quando se fala de interdisciplinaridade, transdisciplinaridade. “A educação abre a chance para as pessoas encontrarem caminhos muito maiores”, ressaltou ao relacionar estudos de áreas como biologia e história.
Entre o público, quem irá acompanhar a semana de programação é a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino Samai Serique dos Santos Silveira, natural do Pará. Para ela a temática do evento é relevante e a educação tem papel importante ao estabelecer o diálogo com as diferentes formas de ser e estar no mundo. Simone Beatriz Henckes Reckziegel também participará das atividades e concorda. “É interessante acompanharmos os movimentos que a sociedade vem sofrendo para conseguir discutir e mediar diálogos entre as crianças e jovens e auxiliar , sempre que possível, compreendendo as diversidades subjetivas de cada pessoa”, conta a professora de Biologia. Para Simone o debate sobre as diferenças contribui com a diminuição da discriminação e da violência.
Semana de programação
O Simpósio Diálogos na Contemporaneidade segue até sexta-feira, dia 15. Com o tema “Trans: gênero, cultura e subjetividade”, o evento é formado por painéis, oficinas, palestras e atividades culturais que debatem sobre gênero, diferentes identidades possíveis, movimentos migratórios transnacionais e aspectos culturais e identitários envolvidos.
Na terça-feira, às 19h10min, Cláudia Alvares, doutora em Comunicação da Universidade Lusófona de Portugal e Joseph Handerson, antropólogo haitiano e professora da Universidade do Amapá, ministrarão a palestra “Gênero, Mídia e Transculturalismo”.
Na quarta-feira à noite o feminismo e a resistência serão os temas da conversa com a fundadora do projeto de mídia coletiva Casa da Mãe Joanna, Joanna Burigo, e da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Jane Felipe de Souza.
Quinta-feira três conversas ocorrem simultaneamente. Já na sexta-feira o encerramento fica com a palestra “Identidades em Trânsito no Cinema: debate sobre o filme Música para Quando as Luzes se Apagam, de Ismael Caneppele” com diretores e produtores de curtas nacionais. A programação completa pode ser conferida no site www.univates.br/dialogos. Mais informações pelo telefone (51) 3714-7000, ramais 5604 e 5605.