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Vinícolas gaúchas participam de projeto piloto para implantação de rastreabilidade digital

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Já pensou como seria simples se existisse um programa que ajudasse a monitorar todas as ações na produção de uva? Parece impossível, mas essa já é uma realidade para boa parte das vinícolas gaúchas. Isso porque desde maio deste ano, 25 vinícolas e cinco produtores rurais estão participando de um projeto piloto no Rio Grande do Sul, com foco no aperfeiçoamento da produção da uva e vinhos, chamado Programa de Aperfeiçoamento Tecnológico e Rastreabilidade Digital na Vitivinicultura.

O programa funciona da seguinte maneira: mensalmente os produtores recebem a visita técnica de um engenheiro agrônomo, que realiza consultoria especializada para melhoria na produção das uvas. Além das visitas, os produtores usam uma ferramenta digital que funciona como o “caderno de campo”. Através da plataforma, também podem ser realizados registos referentes aos tratos culturais, tratamentos fitossanitários, adubação, irrigação, monitoramento de pragas e doenças e monitoramento climático.

As novas funções da plataforma digital são liberadas conforme a necessidade do ciclo agrícola. A próxima etapa será sobre os registros da colheita, geração de lote e informe de vendas, que será implantada entre dezembro e janeiro. A etapa final, que trata da avaliação de indicadores com base nos relatórios gerados, acontecerá logo após a safra, entre março e abril de 2019.

“É um projeto  inovador porque trabalha visando a melhoria tecnológica na qualidade da produção da uva, a redução de custos com um aplicativo que registra tudo e ainda funciona offline, permitindo rastrear qualquer lote de uva em apenas um clique”, comenta a gestora de projetos de Agronegócios do Sebrae RS, Angelica Louvani Inácio Brandalise.

O projeto tem uma série de vantagens para o comprador e para o viticultor. Entre elas a garantia de um produto de qualidade e de permanência no mercado, a segurança do produto e o atendimento à legislação. Segundo a gestora do Sebrae RS, “através dele, é possível monitorar resultados produtivos, ter uma avaliação contínua e fazer planejamentos estratégicos durante a safra, evitando desperdícios e perdas ocasionadas, inclusive, por fatores climáticos”.

A tecnologia no campo

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae com mais de quatro mil produtores rurais em todo o Brasil, divulgada em maio de 2017, já mostrava uma nova realidade no campo. No Rio Grande do Sul, 98,5% dos agricultores usam o celular. O Estado é o primeiro na lista dos que mais utilizam smartphones. A pesquisa também mostrou que 11,2% dos entrevistados usam o celular para questões relacionadas ao negócio rural. Daí a importância de um projeto como este, lembra Angélica.

Daniel de Paris é enólogo na vinícola Dom Cândido, em Bento Gonçalves. A empresa em que trabalha participa do projeto desde o começo. Apesar de os agricultores ainda estarem se adaptando a essa nova tecnologia, ele já nota que é fácil de trabalhar. “Já temos visto que o serviço foi otimizado. Assim, consigo aproveitar o tempo para fazer outras coisas nos vinhedos. Depois da colheita, quando estivermos com todo o ciclo completo será ótimo poder ver os resultados e ter a rastreabilidade total”, comenta ele.

A iniciativa faz parte do Projeto Viticultura nas regiões da Serra, Campanha e Fronteira Oeste, organizado pelo Sebrae RS, através do Programa Juntos para Competir (Farsul/Senar/Sebrae).

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