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Pesquisa da Univates analisa perfil nutricional de adultos que consomem alimentos ultraprocessados

O consumo de alimentos ultraprocessados tem aumentado rapidamente nos últimos anos, estando relacionado ao ganho de peso e ao desenvolvimento de doenças crônicas. Em seu trabalho de conclusão de curso do Programa de Pós-Graduação em Dietoterapia nos Ciclos da Vida: Ênfase em Nutrição Clínica da Universidade do Vale do Taquari – Univates, a estudante Carolina Kraemer verificou a relação do consumo desse tipo de alimento com o perfil nutricional das pessoas.  

O trabalho, que teve orientação da coordenadora do curso de Nutrição da Univates, professora Fernanda Scherer Adami, avaliou dados de índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), circunferência do pescoço (CP) e consumo de alimentos ultraprocessados em uma amostra com 132 adultos. “A alimentação tem uma importante função na promoção da saúde e na qualidade de vida das pessoas. Levando em conta o aumento acelerado da industrialização e o consumo de alimentos ultraprocessados, a pesquisa serve de alerta para a população, pois o consumo excessivo desse grupo de alimentos pode representar diversos problemas para a saúde, em especial a descompensação dos marcadores antropométricos e os riscos para complicações metabólicas associadas ao sobrepeso e à obesidade”, salienta a estudante.

Para a orientadora, pesquisas relacionadas à alimentação refletem na saúde da população. “A importância da pesquisa durante a vida acadêmica e profissional nas áreas de alimentação e nutrição está relacionada com a identificação dos fatores de risco das doenças que acometem a população e afetam negativamente ou positivamente a qualidade de vida. Precisamos gerar informações sobre o panorama alimentar e nutricional da população para melhorar as estratégias do serviço de saúde em relação à prevenção e ao tratamento das doenças e valorizar e consumir os alimentos in natura ou minimamente processados”, explica Fernanda.

Resultados

Como resultados, a estudante constatou que o consumo médio de alimentos ultraprocessados correspondeu a 29% da alimentação diária dos participantes, e que 33 pessoas, o que representa 25% dos entrevistados, apresentaram sobrepeso. Além disso, 99 pessoas, o que representa 75%, apresentaram risco muito elevado para complicações metabólicas associadas à obesidade classificada pela CA e 104 participantes, 78,8% dos entrevistados, apresentaram elevado risco cardiovascular pela CP. 

Segundo a estudante, esses riscos favorecem o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, em especial as doenças cardiovasculares. “A maioria apresentou excesso de peso, risco muito elevado para complicações metabólicas associadas à obesidade, além de elevado risco cardiovascular. Quanto maior a idade, mais elevada a média do IMC, CA e CP dos indivíduos analisados”, conta.

Com a pesquisa, Carolina espera conscientizar a população e incentivar hábitos saudáveis. “Os resultados encontrados contribuem para que a população em geral e a comunidade científica tenham conhecimento sobre a influência do consumo de alimentos ultraprocessados no perfil nutricional de indivíduos adultos. A alimentação merece atenção para a manutenção da saúde, por meio de indicadores antropométricos adequados. É orientado o estímulo à alimentação saudável desde os primeiros anos de vida, período em que estão desenvolvendo suas preferências alimentares, para que se tornem adultos saudáveis, com bons hábitos alimentares. Deve-se priorizar sempre alimentos in natura e minimamente processados e evitar alimentos processados e, acima de tudo, os ultraprocessados”, finaliza a estudante.

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