Sem o plantio simbólico e com maquinários a campo, a abertura oficial da 10ª edição do plantio da soja no Rio Grande do Sul, safra 2020/2021, ocorreu nesta terça-feira (20/10) em formato virtual.
Com a participação do governador Eduardo Leite e do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covati Filho, por vídeo, a transmissão ocorreu a partir da Cooperativa de Júlio de Castilhos (Cotrijuc), no município de Júlio de Castilhos – segundo maior produtor da oleaginosa no RS em 2019 –, na região central do Estado. O público acompanhou o evento pelas redes sociais.
“A celebração do início desse plantio é a celebração da resiliência, da resistência e do empreendedorismo gaúcho. Todo empreendedorismo deve ser saudado no nosso Estado, mas especialmente aquele ligado ao agronegócio. É o empreendimento que enfrenta adversidades climáticas. Enfrentamos severa estiagem que nos fez perder 45% da última safra de soja e que também gera dificuldades nesse momento de plantio. Nossos produtores rurais, porém, são resilientes, e enfrentam com otimismo e com técnicas mais modernas essas dificuldades climáticas para que possamos garantir semeadura de área plantada maior esse ano, também com expectativa de produtividade maior”, disse o governador.
Mesmo sob os efeitos da pandemia de coronavírus e ainda se recuperando da grave estiagem da temporada passada, o agronegócio gaúcho inicia o novo ciclo da soja com a previsão de obter a segunda maior colheita de grãos (que inclui além de soja, milho, arroz e feijão) da história.
É o que prevê a estimativa da Emater-RS divulgada em setembro. O levantamento indica que a área total deve ser de 7,8 milhões de hectares (1,8% superior ao período anterior) com produção 40,2% maior do que a safra passada, alcançando 32,5 milhões de toneladas dos principais grãos de verão (soja, milho, arroz e feijão). A maior safra do Estado até então foi em 2017, com mais de 33,6 milhões de toneladas de grãos colhidos.
“A soja é a principal cadeia produtiva do RS: somos, hoje, o terceiro maior do Brasil no que diz respeito ao plantio, com as cidades de Júlio de Castilhos e Tupanciretã na liderança. O Estado sabe seu dever. Enfrentamos uma estiagem muito severa e isso atingiu muito a cultura de soja, com queda significativa e, dentro desse viés, estamos buscando encontrar mais mecanismos para proteger quem produz no RS, desburocratizando algumas questões e incentivando investimentos”, afirmou o secretário Covatti Filho.
A soja é a cultura que tem a expectativa de maior aumento de produção (68,8%) e produtividade (65,7%) em relação à última safra, possibilitando a colheita de 18,9 milhões de toneladas – volume 68,8% superior à safra 2019/2020.
Leite disse também que, nos últimos anos, a soja tem relevante participação na economia gaúcha e se destacou mais em produtividade do que em área plantada. “Justamente devido a todo investimento que se faz em tecnologia, em irrigação, em equipamentos, na própria semente, de forma a ganharmos condições de produzir mais e, consequentemente, de gerar mais riqueza para o povo gaúcho”, lembrou.
Até o momento, 4% das lavouras da nova safra já foram semeadas, o mesmo percentual registrado na média dos últimos cinco anos para o mesmo período no RS.