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Programa Aprendiz Cooperativo em Teutônia concilia teoria com prática nas propriedades rurais

Esta é a primeira turma cujo aprendizado prático será desenvolvido na propriedade rural. Anteriormente essa etapa era realizada na Unidade Técnica e Pedagógica da Granja do Colégio Teutônia. Crédito da foto: William Duncan

“Aprendi muito sobre cooperativismo e que, juntos, lado a lado, as coisas dão certo. Ampliei minha visão de coletividade e sou muito grata pela oportunidade, um aprendizado que levo para a vida.” A fala é da jovem Paula Forneck Herbert (22), residente em Poço das Antas, que integrou a primeira turma do Programa Aprendiz Cooperativo do Campo, curso inovador e pioneiro no Brasil iniciado em Teutônia em fevereiro de 2016. Hoje, ela é empregada da Languiru.

Seus pais são agricultores e Paula revela grande afeição pela lida com os animais no campo. “Lembro da empolgação em participar do curso, da alegria pela experiência diferenciada, pudemos colocar em prática o que aprendemos na teoria da sala de aula, conhecendo mais sobre o dia a dia no campo”, lembra.

Ela também integrou a diretoria da primeira cooperativa escolar de aprendizes do campo no Brasil, a COOPEAT (Cooperativa Escolar de Aprendizagem Teutônia). “Fabricávamos e comercializávamos rapaduras de chocolate e produtos cultivados de forma orgânica na horta, que cuidávamos no Colégio Teutônia”, acrescenta.

Paula Forneck Herbert participou da primeira turma do Aprendiz Cooperativo do Campo oferecida no Brasil, em 2016, e atualmente trabalha como operadora de caixa no Supermercado Languiru de Poço das Antas. Crédito da foto: Leandro Augusto Hameste

Nova turma

A Cooperativa Languiru (cotizadora), o Colégio Teutônia (entidade formadora) e o Sescoop/RS (entidade certificadora) estão organizando a 5ª turma do Programa Aprendiz Cooperativo do Campo. O início das aulas está previsto para o mês de agosto, com 1104 horas de atividades, divididas em 552 horas teóricas e 552 horas práticas. Serão quatro turnos por semana, totalizando 16 horas semanais ao longo de 18 meses.

Esta é a primeira turma cujo aprendizado prático será desenvolvido na propriedade rural. Anteriormente essa etapa era realizada na Unidade Técnica e Pedagógica da Granja do Colégio Teutônia. Para o acompanhamento das práticas, os professores encaminham atividades e os estudantes retornam relatórios com os registros e resultados. Num primeiro momento, a prática inicia pelo diagnóstico de cada propriedade, seu histórico, o vínculo com a cooperativa, o processo de sucessão e a mão de obra disponível, o envolvimento familiar, com levantamento de dados e fotografias

A matriz curricular contempla matemática, português, educação ambiental, além de disciplinas específicas de empreendedorismo, contabilidade, crédito, sistemas de produção (carnes, leite, grãos, horticultura e fruticultura) e gestão de pequenas e médias propriedades, características na área de atuação da Languiru. Em virtude da pandemia e considerando os decretos e a legislação vigente, a formação pode ocorrer no formato virtual ou presencial.

“O curso será muito voltado aos desafios das propriedades rurais, instigando o comprometimento dos jovens e das famílias por resultados diferenciados. Temos um belo trabalho pela frente, fortalecendo o cooperativismo e a atividade no campo, com um novo perfil de estudantes e de empreendedores do meio rural, pensando na sustentabilidade e incentivando a sucessão”, avalia a professora Maria de Fátima Fuzer da Silva, coordenadora de projetos no Colégio Teutônia.

Sucessão, mercado de trabalho e formação de lideranças

A Languiru participa do Programa Aprendiz Cooperativo como cotizadora desde 2009, com cerca de mil estudantes qualificados em cursos voltados ao Processamento de Carnes, Eletrotécnica Básica, Auxiliar Administrativo e Serviços de Supermercado, além de turmas específicas para Pessoas com Deficiência (PcDs) e o Aprendiz Cooperativo do Campo.

“O cooperativismo e a educação fazem a diferença, com a formação de novas lideranças. O agronegócio, especialmente em tempos de pandemia, mostra a sua força na geração de empregos e renda, levando qualidade de vida e sustento para inúmeras famílias. Apoiamos e acreditamos nessa iniciativa, aspirando o desenvolvimento do sistema cooperativo como um todo e fazendo o caminho inverso ao êxodo rural”, valoriza o presidente da Languiru, Dirceu Bayer, citando o Aprendiz Cooperativo do Campo como “iniciativa que estimula a sucessão nas propriedades familiares”.

Inscrições

As inscrições são gratuitas, com vagas limitadas a 25 participantes. Essa turma é dirigida especialmente para filhos de associados ou jovens integrantes do núcleo familiar do associado, entre 14 e 24 anos de idade, cursando ou já tendo concluído o Ensino Médio. É essencial possuir Carteira de Trabalho, considerando que há remuneração do aprendiz.

Interessados devem se inscrever, munidos de currículo, na recepção ou setor de Recursos Humanos das unidades da Languiru. Mais informações podem ser obtidas pelo fone (51) 3762-5600, junto ao setor de Recursos Humanos da Languiru.

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