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Previsão é de chuva abaixo da média

Crédito: Pexels / Divulgação

Após episódios de seca, quando se aproxima o verão, os produtores já ficam de olho nas previsões para o tempo nos meses mais quentes do ano. As projeções para os próximos meses indicam que as chuvas devem ficar dentro ou abaixo da média.

Conforme a meteorologista da Metsul Meteorologia, Estael Sias, o que se espera para os próximos seis meses é outubro com chuva dentro da média e janeiro com boa perspectiva, mas os demais meses com chuva abaixo da média. “Pode, em algum momento, fazer falta para o setor agrícola”, pontua.

Estael explica que a expectativa é de que o padrão atmosférico comece a mudar. Primeiramente, por uma situação natural. “As frentes frias começam a atuar mais ao Centro do país, gradativamente subindo mais ao Nordeste. Então diminui a atuação das frentes frias aqui no Sul”, explica.

O fator que diferente neste ano é que o oceano está mais frio e o índice da Antártida negativo. “Significa que as massas de ar polar estão se desprendendo do Polo Sul. O cinturão que segura o ar polar, aquela região, enfraqueceu. Isso vai soltando massas de ar polar tardias”, destaca.

O contraste térmico que geralmente ocorre no sul durante a primavera está mais deslocado ao norte. “Temporais mais severos nas próximas semanas são esperados para acontecer entre São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais”, complementa.

Esses temporais intensos trazem bons acumulados de chuva ao Rio Grande do Sul. “Temos chuva, temos umidade, mas acredito que não teremos volumes tão altos neste curto e longo prazo”, prevê.

A segunda quinzena de outubro ainda pode ter volumes significativos de chuva. É provável que o mês possa terminar com volumes dentro, ou até um pouco acima da média histórica. Mas, isso não acontece mais a partir de novembro”, alerta.

Para novembro e dezembro, a tendência é de chuva mais escassa e esporádica. “Não quer dizer que vai parar totalmente de chover, mas a tendência é de chuva abaixo da média”, informa. O padrão da chuva não deve ser tão generalizado também. “São aqueles eventos mais isolados de precipitação”, reforça.

A meteorologista explica que quando há influência do Oceano Pacífico mais frio, especialmente em eventos de La Niña, que é o esperado para os próximos meses, o mês de janeiro pode ser de chuva dentro da média e melhor distribuída. “A expectativa que a gente tem é de que janeiro não seja tão ruim”, afirma.

Já em fevereiro e março, volta a secar novamente. “Aí podemos ter estiagens regionalizadas, alguns períodos um pouco mais longos sem chuva e até mesmo com temperatura alta”, reforça.

Como fica o setor agrícola?

Estael pondera que os episódios de chuva mais isolados no mês de novembro, normalmente, não resolvem as coisas para o setor agrícola. “Pega um pedaço só da lavoura, e às vezes não traz a umidade, principalmente em termos de área, não abrange toda a área que seria necessário”, explica.

Ele lembra que também começa a subir a temperatura. “Ainda teremos frio tardio em outubro, começo de novembro, mas depois, na segunda metade de novembro, começa a subir a temperatura. Dezembro já deve ter temperatura dentro e um pouco cima da média”, aponta.

A meteorologista destaca que as temperaturas mais altas também aumentam a evaporação e o consumo, o que acelera o déficit hídrico.

A previsão pode mudar?

Segundo Estael, quando se fala de previsão do tempo, alguma mudança sempre pode ocorrer. Porém, não acredita em uma alteração muito significativa. O que pode acontecer, independente da influência de La Niña, El Niño ou neutralidade, é algum temporal muito forte, que gere de 100mm a 200mm, em situação isolada. “Aí, no final, quando se faz a conta vai dizer que o mês teve volumes dentro da média, mas foi apenas um evento, um temporal, não a chuva que é boa para a agricultura”, explica. Em linhas gerais, não devem ocorrer grandes modificações.

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