A Brigada Militar de Teutônia conta com um novo nome. O tenente Edilnei Gravinei chegou à cidade esta semana para assumir o comando do 1º Batalhão da 2ª Companhia do 40º BPM. A companhia, por sua vez, segue sob a gestão do capitão Fábio Bilhar. Gravina vem de Estrela e assume a função no lugar do tenente Radamés Prediger, transferido para Estrela. A troca é uma decisão administrativa do Comando da Brigada Militar.
Gravina já atuou em Teutônia entre os anos de 2012 e 2014, quando ainda era sargento. Agora, volta como tenente e comandante do batalhão, com a responsabilidade de chefiar a parte operacional do trabalho. Avalia que comandar é um desafio diário, porque é um trabalho imprevisível. “Não tem como fazer um planejamento do próximo dia, mas não sabemos a complexidade das ocorrências que vamos enfrentar”, considera.
Ainda assim, aponta alguns desafios a serem enfrentados. O principal é que, apesar dos baixos índices de criminalidade, é uma cidade que já tem muito domínio do tráfico de drogas em todas as áreas. “O desafio é não deixar que o tráfico aumente e ganhe maiores proporções, porque ele é o estopim para os demais crimes”, considera.
Ele afirma que Teutônia já vem com um trabalho bom neste sentido, encabeçado pelo capitão Bilhar. “Desde que ele assumiu são várias prisões e apreensões. O desafio é manter e tentar melhorar ainda mais, agregar e somar”, opina.
Gravina avalia que Teutônia tem um efetivo muito bom. “Um comandante não consegue resultado sozinho, só dar meio para a tropa executar. E a tropa tem que estar motivada. A tropa aqui é muito dedicada, conseguir manter essa motivação é o principal desafio, e tentar melhorar ainda mais”, pontua.
Na sua primeira atuação em Teutônia, Gravina ainda era sargento. Segundo ele, há bastante diferença no trabalho, sendo agora tenente e comandante de batalhão. “Conforme a gente sobe, tem também mais responsabilidades”, complementa. Para ele, está sendo muito bom retornar pois gostou bastante do lugar. Na primeira semana na nova cidade, ainda vive a expectativa para ver como será o trabalho junto ao novo batalhão.
O tenente Gravina afirma que a comunidade teutoniense é muito receptiva, e que vai buscar contribuir da melhor forma possível, até porque ele está inserido na comunidade também. “Toda segurança que proporcionamos para a comunidade, também estamos proporcionando para a nossa família, para nós mesmos”, avalia.
Segundo ele, seu objetivo é proporcionar ainda mais segurança e aumentar a sensação de segurança. “Às vezes, reduzimos os números de criminalidade, mas números são números, temos que dar sensação de segurança. A Brigada precisa ser vista, ser participativa, estar sempre ativa para a comunidade se sentir segura”, explica.
Trajetória e ato de bravura
Filho de agricultores, nascido no interior de Bom Retiro do Sul, Edilnei Gravina começou sua trajetória na Brigada Militar em 2002, quando prestou o concurso e foi aprovado. A convocação, no entanto, veio só em 2005, quando fez o curso de soldados. “Sonhava desde pequeno em ser policial. Tive mais afeição pela questão militar a partir do momento que servi o Exército, ali tive certeza que queria seguir uma carreira militar”, conta.
Em 2006, ele iniciou seu trabalho, de fato, integrando o antigo Grupo de Operações Especiais (GOE) em Estrela. Ali, trabalhou por dois anos. “Eu alternava entre os trabalhos em pelotões de operações especiais e o policiamento ostensivo rotineiro”, lembra.
Assim foi até 2009, quando um acontecimento mudou sua trajetória. Ele e o colega foram acionados para prestar apoio em um incêndio no Lar de Idosos Vovôlandia, em Estrela. Chegaram antes dos bombeiros e se depararam com o incêndio em estado avançado e pessoas pedindo socorro.
Na hora, o instinto de ajudar e prestar socorro falou mais alto e eles entraram no prédio, arriscando a própria vida, mas conseguindo salvar os idosos.
Devido a essa situação, ele e o colega foram promovidos por ato de bravura, e ele passou a ser 2º sargento. Em condições normais, na época, para conseguir essa patente, ele precisaria de sete anos de serviço para prestar o concurso. Na oportunidade, ele tinha apenas quatro anos e meio de serviço.
Ele afirma que na hora, não pensou em nada, muito menos na possibilidade de promoção, só em salvar as pessoas que precisavam. “É uma questão de humanidade, tu não consegue não agir, se sente na obrigação de resolver”, afirma.
Ele e o colega chegaram a ser hospitalizados. “Foi muito complicado, era uma situação totalmente atípica. Não tínhamos os equipamentos necessários nem o treinamento. Mas chegamos lá e estava muito avançado e tivemos que agir, foi uma sensação desesperadora”, relembra.
Promoções por ato de bravura são bastante raras, e seguem um ritual de avaliação muito criterioso. Isso porque a atividade do policial em si já é arriscada, por tanto, o ato de bravura que vale uma promoção precisa ser muito acima do habitual.
Já como sargento, ele atuou em Estrela. Em 2012 desempenhou em Teutônia onde ficou até 2014, e retornou a Estrela. Em 2017, veio um novo concurso e a tornou-se então 1º tenente, comandando o pelotão em Estrela, junto com a Força Tática.