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Palestra traz afirmações e descobertas sobre autismo para educadores de Estrela

A capacitação transcorreu de forma interativa, com muitas perguntas por parte da plateia, exemplos e troca de informações / Crédito: Rodrigo Angeli / Governo de Estrela

Na sexta-feira (29/4) à tarde foi realizada na Câmara de Vereadores de Estrela formação com o tema “Transtorno do Espectro Autista: Intervenção e Inclusão Escolar”. O encontro contou com cerca de 50 pessoas, em sua maioria monitoras da Educação de Estrela que trabalham no atendimento das crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na rede municipal.

De acordo com dados da Smed, a rede municipal possui hoje 35 monitores para atender este público específico, tantos aqueles com laudo fechado, que seriam em torno de 30 alunos, como também aqueles que apenas apresentam suspeita de autismo, levando sempre em consideração a necessidade e individualidade de cada criança ou jovem.

“Não considere nenhuma prática imutável”; “Mude e esteja pronto a mudar novamente”; “Não aceite a verdade eterna”; “Experimente”. Estas foram algumas das frases exibidas no telão pela psicopedagoga Luciane Ribeiro logo no início do seu bate-papo com o público-alvo da capacitação proporcionada pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com a ONG Cristal Azul. A palestra fez parte das ações e comemorações do ‘Abril Azul’, mês marcado pela conscientização do Autismo.

Na pauta da palestra com estiveram temas como a definição do Autismo; características e comportamentos de alunos autistas; aprendizagem dos mesmos; rotinas; estratégias para envolvê-los nas atividades pedagógicas e outros temas ligados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo as coordenadoras da Educação Inclusiva da Smed, Deice Friedrich e Marinês Landmeier, o evento foi um sucesso e novas iniciativas estão programadas, mesmo foram do calendário Abril Azul.

Afirmações
A educadora Teresinha Dullius foi uma das participantes. Vó de uma criança autista, a ex-funcionária da Apae é um dos reforços na Educação Inclusiva do município. Hoje trabalha na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Cônego Sereno Hugo Wolkmer, mais diretamente com uma adolescente autista de 14 anos. “A palestrante falou com sabedoria aquilo que tu vive, presencia, e nos deu mais segurança para seguir firme naquilo que as vezes pode ainda não ter total certeza. Foi uma capacitação que poderia ocorrer mais vezes, e aberta a mais pessoas que lidam com este público”, comentou.

Tempo x sutilezas
A psicopedagoga Luciane Ribeiro é natural de Estrela, mas hoje atua em Porto Alegre, acredita que a proposta estrelense de sempre dar suporte à Educação Inclusiva é necessária e se faz cada vez mais fundamental de ser presente entre os educadores. “Não existe inclusão sem capacitação, e trazer o autismo à tona, e tudo o que ele envolve e exige, é de extrema importância e exige continuidade”, aponta.

Luciane discorre sobre a importância do tempo e a forma como ele passa para este público e quando mais precoce for a percepção do que está acontecendo, melhor será para o desenvolvimento da criança. “Isso muitas vezes está escondido em pequenas sutilizas, que são os monitores, professores que as percebem, identificam, até por passarem boa parte do dia com as crianças, as vezes mais que os pais, e uma natural comparação com outras crianças, algo que muitas vezes os pais também não têm ou evitam fazer”, afirma.

Mais informações
O autismo é caracterizado por uma combinação de características pautadas pelo prejuízo na interação social e na comunicação, verbal e não verbal (gestos, por exemplo), e por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Usualmente o quadro tem início precoce, antes dos 3 anos de idade. A prevalência é de quatro a cinco crianças em cada 10 mil, com predomínio maior em indivíduos do sexo masculino.

Em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas estão no TEA, o que corresponde a cerca de 1% da população mundial, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas são autistas. O TEA é dividido em três níveis: leve, moderado e grave, e pode ser identificado já nos primeiros meses de contato do bebê, sendo que o diagnóstico precoce é fundamental.

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