Mais de 80 pessoas, principalmente produtores rurais, participaram do 1º Seminário de Hortifrúti, realizado pela Languiru no dia 5 de outubro com o objetivo de promover a capacitação técnica dos associados da Cooperativa.
A programação ocorreu na Associação dos Funcionários da Languiru, em Teutônia. Além de ciclo de palestras, o evento ainda contou com estandes de parceiros comerciais, que apresentaram produtos relacionados ao segmento.
“A filosofia da Languiru preconiza a produção de alimentos, com a agregação de valor à matéria-prima oriunda das propriedades rurais dos associados. Oportunizamos assistência técnica e garantia de compra da produção por parte dos Supermercados Languiru, que por sua vez oferecem aos consumidores hortifrútis de qualidade e com procedência”, valorizou o presidente Dirceu Bayer.
Fertirrigação
A primeira palestra do dia foi com o doutor em Fitotecnia, professor da UFRGS, André Vian, que abordou o tema “Fertirrigação”, a adoção conjunta de diversos conhecimentos da Agronomia de forma integrada, como manejo do solo, irrigação, fertilidade e controles fitossanitários para aumento da produtividade.
“Produtores que estão querendo começar a trabalhar com fertirrigação, ou que já usam esse sistema, precisam entender sobre o todo da agricultura, não apenas uma parte específica da irrigação ou da adubação. É aí que cresce a importância do trabalho da Languiru, que auxilia com assistência técnica. Pensando numa vida e alimentação mais saudáveis, os hortifrútis tendem a ganhar cada vez mais espaço na mesa do consumidor e na atuação dos produtores rurais”, resumiu Vian.
Bioinsumos
O doutor em Ciências em Entomologia pela ESALQ-USP, professor da UFSM, Jerson Carús Guedes, explanou sobre o tema “Bioinsumos”, que classificou como uma nova etapa da agricultura brasileira e mundial. “Nós vamos viver um momento de substituição dos produtos químicos por produtos biológicos e, obviamente, produzindo alimentos muito mais saudáveis. Necessitamos, ainda, um período de adaptação e de integração do produtor com a ciência, com o agrônomo e os profissionais técnicos”, adiantou.
O palestrante também enalteceu o potencial do segmento de hortifrúti. “Produzir localmente, com qualidade, rastreabilidade e agregando valor, permite a sobrevivência do produtor no campo”, frisou, chamando a atenção para desafios como a rentabilidade.
Pecanicultura
A “Pecanicultura” foi abordada pelo doutor em Irrigação pela ESALQ-USP, professor do Colégio Politécnico da UFSM, Diniz Fronza. A cultura da noz pecan está no Brasil há cerca de 60 anos e tem crescido muito atualmente. A região de Teutônia é propícia ao cultivo por conta de solos bem drenados, facilitando a adaptação da planta. “É possível produzir até duas toneladas de noz pecan por hectare, comercializado a R$ 20,00 o quilo. O grande desafio está na organização: é importante pensar no associativismo e no cooperativismo para poder comercializar em escala”, estimou o palestrante.
Diniz reforçou que os produtores busquem atualização constante. “Fiquem atentos a novas tecnologias. Há muitas oportunidades para o cultivo de hortifrúti, especialmente com a busca constante da sociedade por uma dieta mais sadia, com grande tendência de aumento do consumo”, previu.
Pós-colheita
“Mais importante que termos a melhor estrutura ou os maiores investimentos é a dedicação no trabalho, porque tudo que precisamos é atitude e cuidados nos processos que vão garantir a qualidade.” A afirmação é da mestre em Engenharia de Alimentos pela Univates, professora Jerusa Bruxel, que encerrou o ciclo de palestras com o tema “Pós-colheita”.
Ela chamou atenção para cuidados em todas as etapas para garantir a qualidade dos hortifrútis. “Não é suficiente produzir bem e com qualidade se não tivermos todo cuidado depois, no manejo, na embalagem, no transporte do produto, garantindo que ele chegue ao supermercado com a melhor qualidade e segurança, com a rastreabilidade que temos que garantir ao consumidor”, finalizou.