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Languiru anuncia cortes e ingresso no segmento de grãos para enfrentar crise

Dirceu Bayer fez desabafo aos prefeitos da Amvat // Crédito: Lucas Leandro Brune

O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, apresentou a situação das indústrias de transformação do agronegócio – converte grãos em produtos alternativos – com objetivo de sensibilizar as lideranças políticas. “Nosso modelo está com sérias ameaças. É impossível manter”, disse Bayer durante a assembleia da Amvat desta quarta-feira (14/12).

Para ele, o agro é apontado como pilar da economia, mas o modelo gera retorno lá fora na exportação. “Nós cooperativa geramos renda e impostos aqui. Mantemos 3.500 trabalhadores. Vamos deixar de gerar emprego e renda, se não tivermos mudança nesse modelo. Depois de fechar não adianta lamentar. É muito complicado e desafiador. Vem desde o ano passado. Colhemos prejuízos ao longo do ano e tomamos medidas duras”, antecipou.

“Estamos minguando e pedindo ajuda”

Dirceu Bayer, presidente da Cooperativa Languiru

A Cooperativa pretende liberar 500 funcionários agora e talvez mais 500 no próximo mês. O prejuízo anunciado é de R$ 3,00 por quilo de suíno abatido. A intenção é reduzir o número de suínos e frangos abatidos. “Precisamos sensibilizar, senão desaparecemos no Vale. Estamos minguando e pedindo ajuda”, apontou.

ASGAV, ABPF, Ocergas, Fecoagro e outras instituições não estão colocando o tema em debate. “Precisam de grandes players, que não admitem em falar em dificuldade, porque desvaloriza as ações deles. Não conseguimos voz, mas vou me manifestar fortemente. Ninguém reconhece isso. Ou colocamos algumas ações por meio da Amvat. Os políticos precisam saber disso ou o Vale dos Alimentos perderá essa condição”, complementou.

Também quer estar nos bons negócios dos grãos, com capacidade de armazenamento. “Vamos estar com isso no nosso Porto de Estrela. Estamos nos desimobilizando, vamos nos desfazer do patrimônio e continuar com a operação normal. Estamos demitindo mesmo não gostando”, informou o presidente da Languiru. A modernização nas indústrias para produtos de valor agregado e a entrada nos grãos permite projetar superávit para 2023.

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