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Aprovada injeção para o tratamento de pessoas obesas ou com sobrepeso

Não há previsão para a disponibilização da injeção no mercado brasileiro. Créditos: Novo Nordisk/reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na segunda-feira (2/1), o primeiro medicamento injetável de uso semanal para pessoas com obesidade ou sobrepeso. Trata-se do Wegovy, que usa a semaglutida como princípio ativo e é ministrada através de injeções usadas junto a dietas hipocalóricas e à prática de exercício físico intenso.

O aval concedido pela Anvisa foi baseado nos resultados do programa de ensaios clínicos sobre o efeito do tratamento com semaglutida em pessoas com obesidade, o qual revelou que pacientes sob uso do medicamento atingiram uma perda de peso corporal média de 17% em 68 semanas, contra 2,4% do grupo controle, que recebeu doses de placebo.

O medicamento, que exige avaliação e prescrição médica, ainda não tem data para começar a ser comercializado no Brasil ou preço definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

O tratamento é indicado para pessoas com os Índices de Massa Corporal (IMCs) acima ou igual a 30 (obesidade) e entre 30 e 27 (sobrepeso) com, pelo menos, uma comorbidade relacionada ao peso, como pré-diabetes ou diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, presença de níveis elevados de gordura no sangue (dislipidemia), apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular.

Entenda

Inicialmente direcionado a pacientes com diabetes tipo 2, a caneta aplicadora da injeção do Wegovy (entre 0,25 mg e 0,5 mg) já era utilizada sem indicação tanto por pacientes obesos como saudáveis. O medicamento tem o mesmo princípio ativo do Ozempic, indicado para diabetes tipo 2, mas cujo benefício na perda de peso é reconhecido pelos médicos.

A semaglutida é um hormônio análogo ao GLP-1, presente no intestino e responsável por sinalizar ao cérebro, a cada refeição, quando é hora de reduzir a fome, retardar o esvaziamento do estômago e aumentar a produção de insulina. Esta última é responsável por promover a absorção da glicose nas células. Enquanto a ação do GLP-1 dura 10 minutos no organismo, a semaglutida age por uma semana, deixando o paciente “sem fome”.

Segundo o Atlas Mundial da Obesidade, o Brasil está entre os países com maiores índices da doença, que é crônica, progressiva e multifatorial e exige uma série de cuidados. Até 2030, 33% das mulheres e 26% dos homens serão considerados obesos.

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