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Com seis casos confirmados de dengue, Estrela intensifica ações

Em depósito a céu aberto de endereço comercial foram encontrados potenciais pontos para a expansão das larvas. Créditos: Rodrigo Angeli/AI Estrela

O município de Estrela tem, hoje, o pior índice de infestação do mosquito no Estado, conforme o Executivo. São seis casos confirmados de dengue e quatro suspeitos. O Governo teme pelo aumento da incidência e intensifica ações de combate, além de pedir a colaboração da população.

A Secretaria Municipal de Saúde e o departamento de Vigilância Ambiental monitoram o nível de infestação do mosquito através do Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). O último, realizado em janeiro, revelou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 14,4%, quase o triplo de outubro passado (5%), o que classifica o município como em situação de altíssimo risco para a ocorrência de casos de dengue. Em janeiro de 2022, o IIP era de 6,8%. 

Para Bruno Cappelari, biólogo da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e que acompanha a equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS) em Estrela, os números de casos só não são maiores por uma série de fatores, inclusive climáticos.

Ações

Na terça-feira (28/2), o Comitê de Combate à Dengue de Estrela realizou uma reunião estratégica com equipes de saúde, lideranças de bairros, representantes da educação, de grupos dos idosos, igrejas e outros. Na ocasião, foram apontados problemas recorrentes no combate ao mosquito e tomadas algumas decisões para que haja contribuição por parte dos grupos, principalmente na comunicação com as diversas parcelas da população. 

As ações de combate e conscientização são realizadas ao longo de todo o ano, mas se intensificam com a chegada dos dias mais quentes. Desde outubro de 2022 o Município realiza mutirões constantes, e o Bairro Pinheiros é um dos focos. Hoje, dos seis casos confirmados da doença, três são de moradores do Bairro, e dos quatro suspeitos, três também.

Também nesta semana a Secretaria recebe a visita de uma equipe especializada do CEVS-RS e da 16ª CRS, que têm acompanhado as ações realizadas pelos agentes comunitários de saúde e de endemias nos bairros, em especial o Pinheiros e o das Indústrias.   

Alerta

Conforme Cappelari, é necessário que a população contribua, que aceite as visitas de agentes e, após o recebimento de orientações, que sejam tomadas providências. Entre as principais está não deixar água acumulada. “Caso seja necessário, que se tampe essas fontes com telas”, cita.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Estrela, Carmen Hentschke, as ações urgentes estão ocorrendo mas é preciso que as pessoas se sensibilizem, se preocupem e tomem as medidas de prevenção necessárias. “Até porquê, mesmo que sigam os mutirões, é humanamente impossível e não há condições de passarmos em todas as casas, de todos os bairros. Ainda assim, em muitas que passamos, as pessoas não abrem as portas com receio de serem multadas, o que não ocorre”, destaca.

Carmen ressalta que, neste momento, os agentes estão notificando e pedindo providências urgentes aos moradores. “Em se tratando de Situação de Emergência em Saúde Pública, há uma lei estadual que pode ser aplicada”, ressalta. Cappelari comenta que as autoridades locais estão fazendo o que podem, dentro de seu alcance, e pede que a população faça a sua parte.

Larvas foram encontradas em terreno de morador do Bairro Pinheiros. Créditos: Rodrigo Angeli/AI Estrela

Relatório

Segundo o relatório da Vigilância Ambiental de Estrela, em outubro foram inspecionados 575 imóveis, coletadas 107 amostras e destas, 29 positivaram para o mosquito da dengue. Em janeiro de 2023, foram inspecionados 658 imóveis, coletadas 146 amostras e destas, 95 resultaram positivas para a presença do mosquito. As mesmas foram encontradas nos seguintes reservatórios:

– depósitos para guardar água da chuva (caixas d’água, tonéis, baldes, tanques e outros): 28,42%

– vasos e pratos de plantas: 26,36%

– piscinas: 7,36%

– pneus: 5,26%

– lixo (potes plásticos, copos, garrafas, latas, pequenas embalagens plásticas e outros): 16,84%

– bromélias: 14,73%

Das 95 amostras positivas, somente duas foram coletadas em terrenos baldios, e as demais foram encontradas em pátios de residências. De acordo com a coordenadora Carmen, os números mostram que a incidência do mosquito e o perigo da doença se multiplicaram, e que entre os criadouros, 97,8% estão nos pátios das residências, e apenas 2,2% em terrenos baldios.

Larvas muitas vezes são encontradas dentro de baldes e pequenas embalagens. Créditos: Rodrigo Angeli/AI Estrela
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