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Grupo de dança Movimentu’s completa 25 anos

Crédito: Divulgação

Em janeiro de 1998, chegava a Teutônia a coreógrafa Raquel Feyh. Focada no objetivo de montar seu próprio grupo de danças, assim que as aulas iniciaram passou de sala em sala nas escolas, convidando crianças a dançarem. 7 de março marcou a realização do primeiro ensaio nas dependências do Eceg (hoje Ieceg). “Lembro como se fosse hoje, em uma sala ao lado da Praça Evangélica de Canabarro. Vieram sete meninas, a primeira da lista tinha 4 anos. Os olhos dela brilhavam tanto, nossos destinos estavam traçados. Manuela dançou até a idade adulta, viveu intensamente o Movimentu´s”, recorda a professora.

Uma “dança diferente” do que a região estava acostumada na época exigiu dedicação árdua para conquistar espaço no meio artístico. Despertando talentos, com muito foco, dedicação, estudo, comprometimento e amor pela arte da Dança, nascia o Grupo de Dança Movimentu´s, que ontem (7/3) completou 25 anos.

Nascida em Pelotas, mas teutoniense de alma e coração, a professora e coreógrafa lembra com emoção das primeiras apresentações, em bailes de Kerb. Já no primeiro ano ocorreu o primeiro espetáculo em dezembro, no Clube Canabarrense.

O início foi trabalhoso. Carregando seu toca-fitas, deslocava-se de ônibus até os bairros e emprestava espaços em escolas e comunidades para os ensaios. O crescimento foi ocorrendo. Quando percebeu que suas primeiras bailarinas estavam prontas para novos desafios passou a participar dos festivais competitivos.

Reconhecimentos

Em 2004 iniciou sua trajetória no Santa Maria em Dança, coroada em 2019, quando Raquel foi homenageada como coreógrafa destaque e a sua coreografia “Amor Infinito” foi escolhida para ser a capa do Festival. A premiação foi comemorada no ano passado, já que durante dois anos os festivais tiveram que ser cancelados devido à pandemia. O Festival Internacional de Santa Maria é considerado o maior festival competitivo do interior do RS.

Muitas foram as premiações conquistadas. A qualidade na formação das bailarinas foi se efetivando, trazendo mais destaque. Além de Santa Maria, o Movimentu´s participou de todas as edições do Dança Bom Retiro, além de festivais como Sul em Dança, Dança São Leopoldo, Dança Kids, Dança Novo Hamburgo, 24 horas de Dança (em Canoas). Já apresentou por quase todas as regiões do Estado.

Desafios superados, novos projetos traçados

Entre as dificuldades, Raquel destaca a manutenção da arte da dança num país que não olha e não valoriza cultura como produção e manutenção da sua história, a falta de incentivo e má distribuição de recursos do poder público.

Muitos momentos foram desafiadores, como em março de 2020, quando da noite para o dia foi preciso avisar as famílias da impossibilidade de ensaiar por conta do coronavírus. Surgiu o medo de ser o fim. Noites acordada, crises de choro pensando alternativas.

Em abril recomeçaram os ensaios, de forma online, depois com turmas reduzidas. “Foram mais horas de trabalho, duas a três alunas por vez, higienização completa do espaço entre as aulas. Mas foi a forma encontrada para manter viva a nossa dança”, relembra.

Para Raquel, a pandemia mostrou a força do amor pela dança. Nenhuma bailarina desistiu e todas famílias se desdobraram para trazê-las, fortalecendo o grupo.

A vida é alimentada por sonhos, e a Movimentu’s sonha alto. Sonha participar do maior Festival de Dança do Mundo, o Joinville em Dança. Passos já foram dados e a primeira fase superada. Agora é preciso passar por uma audição. “Dedicação para conquistar este sonho não vai faltar”, garante.

#25anosdemovimentus

Com esta hashtag, durante os meses de janeiro e fevereiro, posts nas redes sociais trouxeram 25 depoimentos de bailarinas e ex-bailarinas, traduzindo seus sentimentos sobre a dança. Entre elas, Ana Júlia Lopes, que destaca o sentimento que é a marca da escola: cumplicidade, amor, respeito e carinho.

“Foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida! Comecei a dançar aos 4 anos de idade e fui até os meus 17 ano. Foram os anos mais felizes da minha vida, digo com toda a certeza. Eu nunca vou esquecer dos dias de ensaios cansativos que chegávamos no início da tarde e só saímos à noite da casa da profe”.

Criatividade a flor da pele

O desafio é a cada ano criar um espetáculo diferente, com abordagens, produção e figurinos novos. “Acredito, sinceramente, que nasci para a dança, e ela nasceu pra mim. Desenho tudo na minha cabeça. Tudo o que eu vejo pode se transformar em dança: o belo, a dor, o medo, a felicidade. Amo coreografar, produzir, coordenar cada detalhe, sou perfeccionista, chata, e muito organizada. Penso que são ingredientes que não podem faltar quando se propõe a produzir e executar um espetáculo”, relata Raquel, que também sobe ao palco com suas bailarinas.

A essência

A escola mantém seus princípios do início: fazer espetáculos de qualidade, com olhar para cada detalhe, desde a escolha musical, a movimentação apropriada para cada faixa etária, figurinos desenhados e confeccionados por profissional qualificada, entre outros.

O grupo, que começou com sete bailarinas, é hoje formado por 140, com idades de 2 anos e meio até a idade adulta. A sede é no Bairro Canabarro, com ensaios também em Teutônia, na parceria com o Colégio Teutônia.

Comemoração

Na próxima sexta (10/3), o grupo fará um Espetáculo no auditório do Colégio de Teutônia, a partir das 20h, em comemoração aos 25 anos. Parte da arrecadação dos ingressos será destinada para a Liga do Câncer de Teutônia.

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