Nascida em meio aos campos de rosas, em 31 de janeiro de 1943, Maria Beatriz Hoerlle, conhecida como Bea, viveu sua infância em Pareci Novo, Montenegro. Os caminhos da vida a levaram a adotar Teutônia como sua segunda casa e a cidade onde construiria sua família junto ao jovem e mais tarde esposo Egon Edio Hoerlle, que era professor do Colégio Agrícola (hoje, Colégio Teutônia).
Casaram apenas no civil por incompatibilidade de religiões e vieram morar em Teutônia. Egon, já falecido, presidiu por muitos anos a Certel e também foi vereador do município.
Mãe de Shirlei Beatriz e Leandro André, Bea comemorou com uma festa no dia 12 de março a chegada aos 80 anos. Junto aos familiares, dois filhos e quatro netos, recebeu muitos amigos que fizeram parte da sua caminhada. Com 80 anos, naturalmente, não é possível estar com todos, mas sua história de vida merece comemoração.
Beatriz chegou aos 80 anos deixando muitos legados, memórias e aprendizados aos que tiveram e ainda têm a oportunidade de conviver com ela. Sua filha Shirlei aproveitou a ocasião para, em nome da família, prestar uma homenagem, contando um pouco da história de vida e do que ela define como “Pedagogia do exemplo”: “muitos foram os exemplos deixados por esta mulher corajosa e batalhadora”.
Dedicada à vida comunitária e social, Maria Beatriz, em Teutônia, participou de muitos movimentos. A ação de ajudar voluntariamente outras pessoas sempre esteve presente. Assim teve caminhada junto ao Rotary Clube, cobrando ingressos em Festas de Maio e eventos de carros antigos, entre outros. Foi presidente da Oase, atuante do clube de mães e voluntária nos eventos da comunidade, preparando comes e bebes, servindo as pessoas, organizando os eventos e vendendo rifas, cultivando a essência da vida em comunidade.
Bea foi também grande parceira na vida conjugal, acompanhando o marido em viagens e eventos a trabalho, seja enquanto professor e mais tarde como diretor da cooperativa. Foi também a cabo eleitoral número um, passando de casa em casa, pedindo votos para o vereador Egon. Foi cabo eleitoral do SIM pela emancipação de Teutônia, entendendo os benefícios que o município teria.
Com vitalidade e muita simpatia, Beatriz chegou aos 80 anos com muita energia para seguir sua história, sempre ativa e lidando com os desafios da vida, superando dificuldades, porque nem tudo são rosas. As rosas que ajudou a cultivar na adolescência são marca do valor do trabalho e da dedicação que levou para a vida. Rosas não podiam faltar na decoração da festa que ocorreu no Solar Baviera Eventos. Decidiu festejar em março porque no período de férias seria difícil reunir muitos amigos, que ela fazia questão de que estivessem presentes.
Habilidades e exemplos
Na homenagem, foi ressaltada a importância da educação. Bea sempre entendeu o estudo como prioridade. Estudou muito e por conta para prestar, por exemplo, as provas do supletivo e concluir o Ensino Médio.
Bea foi revendedora pioneira da Avon. “Lá se vão 59 anos. Ela me levava no colo e batia de porta em porta, vendendo os produtos”, relata Shirlei. Foi uma das primeiras motoristas de Fusca habilitadas em Teutônia. Foi empreendedora, sócia-proprietária de loja de calçados e depois de confecções.
Habilidosa com as agulhas de tricô, além de casacos quentinhos para os netos, fez muitos cobertores para entidades do município. Se envolveu ativamente nas necessidades da comunidade, como quando liderou a mobilização para reforma da Escola D. Pedro I, onde foi instalada a Creche Azaleia no Bairro Teutônia.
Artista, pintora de quadros, que hoje decoram sua casa e residência dos filhos. Doceira de mão cheia. A busca de aprendizado lhe acompanha e outro exemplo são as aulas de violão que passou a fazer com as amigas após os 70 anos.
Filha dedicada, irmã atenta, mãe zelosa e avó presente, foi amparo dos filhos no cuidado com os netos. As dificuldades enfrentadas ao longo do caminho demonstram sua força e fé, além da certeza de que tudo são aprendizados. “Ela me ensinou a buscar minha independência, autonomia e liberdade, mostrando-me a importância de investir na carreira. Este é um dos maiores legados da minha mãe”, expressou Shirlei. O filho Leandro também prestou sua homenagem e destacou a admiração pelos exemplos de vida.
Sempre com muita facilidade em se aproximar e comunicar com as pessoas, a disposição em oferecer ajuda fez e faz parte da sua trajetória de vida de Bea, sempre com muito respeito. Em sua fala, Maria Beatriz expressou apenas sua gratidão e agradecimento pela presença de todos.