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Famílias do Colégio Teutônia dialogam sobre segurança psicológica e física

Créditos: Leandro Augusto Hamester / CT

O Colégio Teutônia realizou, na noite desta terça-feira (11/4), um diálogo com as famílias do educandário sobre o tema “Segurança psicológica e física em tempos desafiadores”. O evento reuniu pais, professores, monitores e demais funcionários do CT. O tema foi abordado pela assistente social e instrutora da Justiça Restaurativa, Tânia Fröhlich, e pelo capitão da Brigada Militar de Teutônia, Fábio Bilhar.

Diálogo e presença

Mãe de dois filhos em idade escolar, Tânia reforçou a importância do olhar à segurança psicológica dos estudantes, tanto no ambiente escolar como em casa. “Os pais precisam estar juntos com a escola, onde nossos filhos passam muitas horas dos seus dias. Em casa, também é preciso atenção com o que falamos e como agimos, atenção para não causarmos pânico, dificuldades, medos e incertezas. O pânico dos pais não deve ser maior que o cuidado com os filhos”, recomendou.

Nesse contexto, enfatizou a necessidade de diálogo. “Perguntem como foi o dia dos seus filhos, como estão se sentido, como foi o relacionamento com colegas e professores. Eles estão muito em celulares e tablets, muito bem acomodados em cadeiras para jogar diversos games, e é lá que muitas vezes as crianças e os adolescentes não estão seguros. Temos muitas demandas e, muitas vezes, não conseguimos estar de fato presentes para escutar nossos filhos, não estamos ali por inteiro”, alertou Tânia.

Ela também pediu o envolvimento das famílias na rotina da escola. “Você conhece os pais dos coleguinhas do seu filho? Criem essa conexão, estejam juntos, estejam próximos dos professores, deem as mãos e saibam que há um efetivo policial fazendo um excelente trabalho por todos nós. Pensem como estamos cuidando dos nossos ‘ninhos’, se estamos permitindo que nossos filhos sejam felizes na escola e se apoiamos o trabalho dos educandários e seus profissionais”, concluiu.

Racionalidade

O capitão Bilhar alertou para a importância da racionalidade. “Também sou pai e compreendo o medo que as famílias possam estar sentindo, mas não há motivação para instaurar o pânico. Não compartilhem fake news e tenham consciência do trabalho da segurança pública, especialmente aqui em Teutônia, com um contexto privilegiado.”

O policial falou de segurança efetiva e sensação de segurança, apresentando diversos indicadores criminais do município. “Muitos dos índices estão reduzindo a partir do forte combate ao tráfico de drogas, que traz de ‘arrasto’ todos os outros crimes”, afirmou, mencionando ações desenvolvidas pela BM e entidades ligadas à segurança pública.

“Situações de ataques em massa são eventos que merecem sim a nossa atenção. Não há um perfil padrão, mas podemos identificar comportamentos de risco. Além dos pais, os professores devem observar situações como dificuldades de relacionamento, introspecção, contato com materiais nazistas, de ocultismo ou do gênero. Os professores são um grande canal de denúncia de condutas de risco, pois enxergam nossos filhos com outro olhar. Pais, muitas vezes, não enxergam o óbvio que os professores enxergam”, alertou Bilhar. Segundo ele, não há motivação específica para situações do gênero em escolas e outros ambientes públicos.

Para o policial, o debate sobre o tema é relevante, mas deve ser “reto e direto”, tomando todo cuidado para evitar o “efeito contágio”, quando indivíduos se sentem estimulados a praticar delitos a partir de alguns posicionamentos da imprensa. “Percebo que alguns veículos de comunicação têm alterado sua abordagem editorial quanto a esse tema, o que é um ato muito responsável e evita que esses indivíduos se tornem mártires”, enalteceu.

Ações preventivas

O capitão ainda falou de ações preventivas e protocolos de reação. “Deve haver um balanceamento entre a comodidade e a segurança nas escolas. Pais que querem levar seu filho até a porta da sala de aula, eventualmente podem estar contribuindo para que alguém que não integra essa comunidade escolar esteja dentro do educandário. O controle de acesso é primordial, escolas não podem ter acesso livre para qualquer pessoa”, exemplificou.

Já o diretor do Colégio Teutônia, Mauro Alberto Nüske, citou que é preciso que cada um faça a sua parte. “Nós estamos aqui, atuantes e vigilantes pela segurança de todos e, juntos, formando pessoas de bem. Fazemos muito e ainda temos por ser feito. As sugestões da comunidade escolar são importantes, mas a escola não tem sentido nenhum se as famílias não estiverem presentes. A temática da segurança nos mobiliza diariamente há muito tempo”, lembrou.

Nüske ainda detalhou ações relacionadas à segurança desenvolvidas pelo educandário. Entre elas, mencionou:

– reuniões com a participação da direção, coordenações, professores e famílias;
– iniciativas de comunicação e orientação;
– formação continuada para professores;
– atividades da Rede Sinodal de Educação e do Sinepe relacionadas às alternativas, tecnologias de sistemas de segurança e protocolos preventivos;
– contratação de profissionais para o trabalho de segurança;
– sistema de videomonitoramento interno e externo;
– ações e troca de informações com os órgãos de segurança pública locais;
– atendimento às famílias, especialmente quanto às fake news propagadas em redes sociais;
– atenção especial no entorno dos acessos à escola;
– discussão com empresas de segurança quanto a possíveis melhorias dos mecanismos de segurança do CT.

Whats-Denúncia

Bilhar pediu que todos anotassem e compartilhassem o serviço do Whats-Denúncia da Brigada Militar de Teutônia: (51) 99802-6428. “Foi instalado há cerca de dois anos no município, e é um serviço sério e sigiloso que deve ser usado pela comunidade. Para qualquer situação, está disponível 24 horas por dia”, finalizou.

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