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Perdas pela estiagem passam de R$ 55 milhões na região

Cultura do milho é uma das atingidas pela estiagem na região / Crédito: Paloma Griesang/ Arquivo FP

Prefeituras da região seguem buscando por verbas para amenizar os prejuízos causados pela estiagem que passam de 55 milhões. A maioria já teve o decreto de situação de emergência reconhecido pelo Estado e pelo Governo Federal. Isso possibilita o recebimento de recursos estaduais e federais, além de renegociação de dívidas rurais.

O gerente adjunto da Emater regional de Lajeado, Carlos Lagemann, avalia que agora não tem mais como recuperar as perdas. Orienta que os produtores se preocupem com o solo, tenham técnicas de melhorias para ele e mais estruturas de armazenagem de água. “Existem sistemas em conta e que são viáveis para estocar água e repor quando temos pouco chuva. Isso ameniza os prejuízos”, explica.

O município de Teutônia tem registro de perdas nas lavouras de soja, cultura do milho grão, do milho silagem e da bovinocultura de leite. Segundo levantamento da Emater-RS/Ascar, as perdas somam R$ 25 milhões. A expectativa de produtividade inicial era de 38kg/hectare de massa verde. Em função da estiagem, estima-se uma redução de 53% na produtividade.

Westfália tem cerca de 56% da população com produção rural. As perdas ocorreram principalmente na cultura do milho silagem, atingindo 70%. Em valores, o prejuízo da estiagem, somando milho grãos, milho silagem e leite, chega a R$ 22.686.300,00.

Em Poço das Antas, todas as plantas anuais foram afetadas, principalmente o milho do segundo plantio. Conforme a Prefeitura, as árvores não se desenvolveram por conta da falta de chuvas, o que afetou a silvicultura. As perdas são avaliadas em cerca de R$ 5 milhões.

Lajeado estima uma redução de 20% na produção do milho, 20% na produção do leite, e 10% da soja. Somando uma perda aproximada de R$ 2.693.540,00.

A reportagem procurou os demais municípios da região, mas até o fechamento da edição não recebeu retorno dos dados.

METEOROLOGIA

Conforme o Núcleo da Meteorologia da Universidade do Vale do Taquari (Univates) desde 2019 a região enfrenta a falta de chuva em todos os verões. Na estação da Univates, em Lajeado, a escassez de janeiro a março foi de 108,5 milímetros. O fenômeno La Niña contribuiu para a diminuição da precipitação na região, por isso o ano começou com deficit hídrico, por conta de chuvas irregulares e volumes não uniformes. Porém, não é efeito só do fenômeno La Niña, outras oscilações também interferem nas condições de tempo e clima. Um exemplo são as altas temperaturas.

Para o núcleo, a estiagem do verão 2022/2023 foi mais intensa, porque a primavera do último ano teve pouca chuva. Outro ponto que impacta nessa crise da estiagem, é que ela vem acontecendo desde 2019, os dados da Univates mostram que o ano de 2021 apresentou um déficit de 488,6 milíimetros, enquanto 2022 chegou a 279 milímetros. Essa falta de chuva em anos anterior somaram à deste ano, chegando a uma grande estiagem.

Ainda de acordo com a meteorologia, agora na estação do outono ocorrem os menores volumes de chuva. A tendência é de que abril siga seco e os volumes de chuva aumentando em maio e junho, quando o inverno se aproxima.

Situação de emergência

Teutônia Homologado no Estado e reconhecido pelo Governo Federal

Estrela Homologado no Estado e reconhecido pelo Governo Federal

Westfália Homologado no Estado e reconhecido pelo Governo Federal

Poço das Antas Homologado no Estado e reconhecido pelo Governo Federal

Fazenda Vilanova Homologado no Estado e reconhecido pelo Governo Federal

Paverama Encaminhado ao Estado

Imigrante Encaminhado ao Estado

Lajeado e Colinas não encaminharam pedido de emergência

*Fonte Governo do Estado

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