O novo presidente da Cooperativa Languiru, Paulo Roberto Birck, participou do Espaço Aberto desta segunda-feira (1º/5). Avaliou a assembleia realizada sábado (29/4) e apresentou as primeiras ações respaldadas no tripé união, transparência e profissionalização. Reconheceu o desafio de assumir a cooperativa e por ser o primeiro presidente fora do eixo Teutônia-Westfália, de onde a cooperativa é originária.
O principal item de transparência foram os números da cooperativa. Quase no fim da entrevista, ele revelou a atual dívida da Cooperativa Languiru, que é de aproximadamente R$ 1,1 bilhão. Estes números estão separados em R$ 730 milhões com instituições financeiras (valores e prazos renegociados), R$ 250 milhões de pagamentos atrasados (produtores, transportadores, fornecedores) e R$ 60 milhões a vencer. Em contrapartida há R$ 230 milhões a receber em vendas efetuadas.
Estes números foram explanados pelos superintendentes na assembleia geral extraordinária e contaram com o acompanhamento dos associados. “A Languiru tem solução. Talvez precisamos encolher um pouco agora e precisamos de capital de giro”, disse ao concordar que qualquer outro valor de dívida não passaria de palpite.
Birck vê como importante ações já adotadas, como a suspensão do abate de suínos para que durante 10 dias possam ganhar peso a campo e retomar o abate – no dia 8/5 – com maior peso. No frango atingiu-se um ponto de equilíbrio no resultado e com pequeno valor positivo.
No pilar da união, Birck destacou a convergência de diferentes correntes internas para buscar a unificação da cooperativa e caminhar para um novo rumo. Falou sobre as reformas estatutárias necessárias e a forma de fazê-las, com a participação dos associados de maneira transparente e inclusiva. E ainda considerou positiva a mudança feita na assembleia para permitir que mais associados participem dos conselhos.
No aspecto da profissionalização, reforça a relevância em ter um executivo contratado e trabalhando até o fim de maio. “Já ouvimos algumas pessoas, vamos ouvir mais alguns e trazer quem tem perfil e conheça o cooperativismo”, apontou.
Após a entrevista, fora do ar, revelou que seguem as negociações com grupos interessados em formar parcerias, inclusive um grupo norte-americano. “A análise será feita com muita cautela, mas talvez seja necessário vender patrimônio para termos um ingresso mais rápido de recursos e possibilitar a virada no capital de giro”, antecipa.
Acompanhe a entrevista completa: