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Presidentes do Sebrae e da Fecomércio RS comentam redução da Selic

Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (2/8), o primeiro corte na taxa Selic no período de três anos. Com a redução de 0,5 ponto percentual, a nova taxa Selic passa a ser de 13,25%.

Conforme o presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, a medida vai ao encontro de uma demanda geral do governo e dos empresários, mas ainda é um patamar considerado insuficiente para aqueles que enxergavam nos indicadores da economia espaço para uma redução mais significativa. Ele considera que o patamar ainda elevado da taxa de juros é uma falta de sensibilidade para com os donos de pequenos negócios no Brasil.

Segundo Lima, a economia brasileira tem respondido positivamente. “O país teve o quarto maior crescimento do PIB no primeiro trimestre entre todas as economias globais. Somamos um volume de US$ 166,5 bilhões em exportações, com superávit de US$ 45,5 bilhões, o maior da nossa história. Além disso temos mantido, de modo consistente, a retomada dos empregos formais”, comenta.

Nesse contexto, segundo o presidente, é injustificável que os donos de pequenos negócios precisem pedir empréstimos com uma taxa de juros tão elevada. “O empreendedor precisa ter acesso a crédito a um custo viável para poder investir e ajudar o país a retomar o crescimento. Mas, com as condições atuais, é pegar um empréstimo para falir ou quebrar amanhã”, avalia.

Dívidas

Conforme um levantamento feito pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% dos pequenos negócios tinham dívidas ou empréstimos em abril, sendo que pouco mais da metade dos empreendedores (52%) tinham 30% ou mais do seu custo representado pelo pagamento dessas dívidas.

“Os pequenos negócios têm respondido por sete em cada 10 novas vagas de empregos formais e contribuem diretamente para a vida de 85 milhões de pessoas, um contingente maior do que a população de países como França, Reino Unido, África do Sul e Argentina. Com essa importância para a economia, as MPE precisavam ter assegurado o acesso a taxas de juros mais favoráveis e que não representassem um risco futuro à saúde financeira das empresas”, avalia Lima.

Fecomércio-RS

Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a decisão do Copom foi bem-recebida. “Ainda que muitos acreditassem em uma posição mais cautelosa, dado o perfil do comitê, a queda de 0,5 pontos percentuais sinaliza a confiança do comitê num comportamento mais benigno da inflação no horizonte relevante. Nos últimos 45 dias, apesar do aumento da incerteza no cenário internacional, especialmente ligado à evolução do preço dos alimentos, em linhas gerais acumulou-se uma série de elementos que sustentavam uma redução mais intensa da Selic”, cita.

Segundo Bohn, sabe-se que uma taxa de juros real tão elevada por um longo período de tempo pode impactar negativamente a economia, especialmente aquelas atividades que são mais sensíveis à dinâmica dos juros, como é o caso da indústria e do comércio.

Ele enfatiza que, apesar do início de um ciclo de queda, espera-se que a redução da taxa de juros impulsione a atividade no curto prazo. “Temos ciência de que a queda estrutural das taxas de juros no país está condicionada necessariamente a um controle mais efetivo das contas públicas e a outras reformas que enderecem aumento da produtividade da economia brasileira no médio e longo prazo”, cita.

Com informações da Agência Sebrae e Fecomércio-RS

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