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Audiência pública em Esteio trata de crise da Cooperativa Languiru

Crédito: Celso Bender / AI ALRS

Audiência pública promovida pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa debateu, na manhã desta segunda-feira (28/8), a crise na Cooperativa Languiru e suas consequências socioeconômicas. O evento, iniciativa do vice-presidente do Colegiado, deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), aconteceu na Casa do Legislativo na 46ª Expointer.

Histórico

Uma das maiores cooperativas gaúchas, com atuação em segmentos como aves e suínos, desde o ano passado enfrenta uma crise econômica atribuída a fatores como o aumento dos custos de produção, sobretudo do milho. A empresa do Vale do Taquari, hoje com cerca de 2 mil associados (em 2022, mais de 5,8 mil), presentes em 188 municípios, faturou R$ 2,76 bilhões em 2022, mas encerrou com prejuízo de R$ 123 milhões. A situação provoca atraso no pagamento de prestadores de serviços, instituições financeiras e transportadores. Cerca de 50 mil pessoas têm seu sustento ligado à Languiru, direta ou indiretamente.

Em Assembleia Geral realizada em julho deste ano, os associados aprovaram a liquidação extrajudicial da cooperativa e então presidente, Paulo Roberto Birck, foi escolhido como liquidante para conduzir o processo. A assembleia também aprovou que uma auditoria seja contratada para analisar a conduta da gestão anterior à frente da cooperativa.

Nesta manhã

Na audiência, Paulo Roberto Birck apresentou o cenário dos problemas enfrentados pela cooperativa: o impacto social que a crise acarreta, a alta do custo dos insumos em geral, como embalagens, condimentos e aditivos, a elevação do custo da logística e do custo financeiro. Segundo ele, o grau de endividamento gira em torno de R$ 13 milhões por mês.

Birck disse que a nova gestão, a partir de maio de 2023, esteve construindo um plano de reorganização com foco no curtíssimo prazo e que, ao mesmo tempo, entrou em negociações com instituições financeiras para venda de ativos com o objetivo de gerar caixa para pagamento de credores/produtores e fortalecer a cadeia produtiva de aves e leite. Entre estes ativos estão a fábrica de rações, os frigoríficos de suínos e de bovinos, os postos de combustíveis, lojas, supermercados e farmácias.

O deputado Prof. Claudio Branchieri (Podemos) avaliou que o grande problema das cooperativas é o sistema de governança. “O presidente usa mais o tempo para fazer gestão política do que para fazer a real gestão. Se o conselho fiscal não fizer o contraponto para esse poder político, que é a presidência, acarretará em problemas”, diagnosticou.

Já o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), que conduziu a audiência, afirmou que são grandes os desafios da direção da cooperativa, mas que acredita que o caminho a trilhar, para ser exitoso, deverá contar com a união de produtores, direção da cooperativa, prefeituras, Governo do Estado e Assembleia Legislativa.

Também se manifestaram o ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS), Edson Brum, o representante da Secretaria da Fazenda, Flávio Pompermayer, o representante da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Paulo Roberto da Silva, o representante do Sistema Ocergs, Tarcisio Minetto, o tesoureiro da Fetag, Agnaldo Barcelos, a prefeita de Poços das Antas, Vânia Brackmann, o prefeito de Teutônia, Celso Aloísio Forneck e o ex vice-presidente da Languiru, Renato Kreimeier.

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