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APL Alimentos e Bebidas Vale do Taquari ouve demandas das empresas e discute os impactos do ciclone extratropical para o setor empresarial

Empresas debateram os impactos do ciclone / Crédito: Reprodução

“A vida de quem mora no Vale mudou bastante e, de uma certa forma, impactou a todos. Cada um conhece pessoas ou empresas que foram afetadas pelo ciclone extratropical”. A afirmação foi feita pela coordenadora do Arranjo Produtivo Local Alimentos e Bebidas Vale do Taquari, Aline Eggers Bagatini, durante reunião mensal da entidade. Os reflexos da tempestade foram o tema central do encontro com quase 30 empresários e voluntários, realizado na noite dessa terça-feira, (19/9) de forma virtual.

Logo na abertura, os consultores, que representam a Associação Comercial e Industrial de Encantado, Rene Luiza e Gelsir Castoldi Gianisella, relataram o trabalho realizado com as empresas que tiveram prejuízos com o ciclone. Ela explicou o que fazer nesse caso, tanto para pessoa física como para jurídica. Nos dois casos é preciso primeiro registrar boletim de ocorrência online para perdas de documentos, estoques, móveis, máquinas e equipamentos. É necessário comunicar os fornecedores e clientes, informar ainda os bancos e solicitar prorrogação de empréstimos e financiamentos, mapear prejuízos, verificar seguros de imóveis e avaliar coberturas existentes.

Rene ainda apresentou as ações anunciadas pelos governos estadual e federal. “Na nossa pesquisa encontramos empresas de Encantado que perderam 20, 30 e 50 milhões de reais. As empresas perderam até 100% de estoque, o imobilizado e a parte administrativa. Os recursos de capital de giro foram embora com as águas. Em função de tudo isso, nós precisamos de uma flexibilização, senão as empresas não vão conseguir acessar as linhas de financiamento”. Ele acrescentou ainda que o apoio emocional nessa hora é fundamental.

Levantamento das perdas no setor empresarial

A gerente regional do Sebrae, Liane Klein, frisou a necessidade do mapeamento para apurar as perdas no setor empresarial. O formulário está sendo distribuído de forma online, para coletar as informações, como perdas no estoque, mobiliário, equipamentos e o valor total do prejuízo. “ Todo esse esforço é para avaliar as questões dos recursos que estarão disponíveis, inclusive o próprio recurso do BNDES”.

Além disso, falou sobre o mutirão nos municípios atingidos, pois muitas pessoas e empresas estão sem sinal de internet, telefonia e computador. O trabalho é feito em conjunto com o governo do estado, entidades empresariais, prefeituras municipais das cidades afetadas pela enchente do Rio Taquari e a Junta Comercial. 

Solidariedade x prejuízos

Os voluntários e empresários apresentaram ainda as ações que cada um está desenvolvendo para a comunidade, como a implantação de unidades móveis, doação de donativos, equipamentos e a liberação de profissionais dos mais diversos setores para atuar nos municípios.

O empresário Leandro Ramos, da Hangar 7 Alfajores, perdeu quase 95% da indústria com a cheia do Rio Taquari. Ele afirmou que não conseguiu salvar o maquinário e nem o estoque. “Apesar de tudo isso, desistir não é a opção, conversamos com clientes, fornecedores que estão compreendendo a situação, vamos recomeçar”. O empresário vai fazer um levantamento dos prejuízos.

A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari é a entidade gestora do APL AB VT e o Sebrae auxilia na governança. 

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