A 5ª Jornada Técnica do Setor Alimentício – Alimentaação, promovida pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), reuniu 900 profissionais, empresários e lideranças durante os quatro dias de atividades. O evento começou na segunda-feira e encerrou nesta quinta-feira (16 a 19/10) no Clube Tiro e Caça, oportunizando negócios, atualização e desenvolvimento para as empresas do ramo.
“O público foi muito bom, temas interessantes, bastante interação entre fornecedores e os visitantes”, destacou Tânia Gräff, integrante da comissão organizadora da Jornada. Ao mencionar os contatos diretos feitos com todos os expositores, referiu que 100% disseram querer voltar na próxima edição, além de comemorar a visita de possíveis novos fornecedores, entre os quais uma marca japonesa, e que devem se juntar ao espaço de negócios nos próximos anos. “Temos um potencial bem grande para 2025. É um trabalho constante de aprimoramento e o que precisamos dar foco neste intervalo de tempo é a sensibilização de mais indústrias para colocarem o evento no calendário”.
O 20º Workshop em Alimentos, 2º Seminário de Segurança de Alimentos, 5º Meeting Empresarial e 1º Seminário de Inovação formaram a programação técnica, que teve ainda no encerramento o 2º Seminário de Lácteos. Conforme a coordenadora, Maira Althaus, as explanações buscaram atingir toda a cadeia do gênero, abrangendo técnicos, gestores, empresários e produtores.
Entre as palestras, destaque para a abertura, que tratou de indicadores de desempenho a partir das reflexões de Paulo Henrique Rodrigues Jr, da Pro Elementar, e as práticas indicadas para evitar perdas através da gestão, explicadas pela gerente da BRQ Foods para profissionais das áreas de qualidade e produção de empresas. “Indicadores a gente tem que mostrar. Deixar à vista para que todos entendam e estejam bem informados”, salientou.
Leite
A agenda de temas culminou com a abordagem sobre bactérias psicotróficas e a qualidade do leite, com Neila Richards. Ela contextualizou como se dá a contaminação no leite cru, influenciando em aspectos como a diminuição de vida útil, baixo rendimento, alterações de sabor e cor. “Tenho que cuidar desde o produtor. Assim que é feita a ordenha, tem que refrigerar o leite, e o mais rápido possível processar para ter um produto de qualidade”. Ela lembra que por isso o cuidado começa no campo e que o grande responsável depois, para o tratamento térmico e a destinação, é a indústria, exigindo a rastreabilidade durante todo o processo.
Ao ponderar o motivo do aumento de contaminações, Neila esclareceu que muitas das bactérias patogênicas conseguem sobreviver à temperatura ambiente. “Mesmo refrigerado, se o leite ficar muito tempo estocado, tem algumas bactérias que conseguem se multiplicar. Então quanto mais rápido o tempo entre ordenha, resfriamento e processo, maior a qualidade final”, afirmou. Ao citar alguns números, apontou que quando o lote sai do animal, ele tem em torno de mil bactérias por ml; e se ficar 24 horas estocado, se a temperatura for superior a sete graus, se multiplica para um milhão de bactérias por ml. “São esses cuidados que precisamos ter ao longo da cadeia, começando pelo produtor, transporte, processo e armazenamento”.