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Sindicatos de Estrela e Montenegro divergem sobre judicialização contra a Languiru

Parcelas de janeiro e fevereiro devidas a ex-funcionários estão atrasadas / Crédito: Reprodução / Divulgação Languiru

Na quarta-feira (7/2), o Sindicato da Alimentação de Montenegro, responsável pelos trabalhadores do Frigorífico de Suínos da Languiru, em Poço das Antas, entrou com ação judicial contra a cooperativa em relação às parcelas da rescisão de 680 ex-funcionários. De acordo com o sindicato, as parcelas referentes aos meses de janeiro e fevereiro deste ano não foram quitadas no prazo estabelecido, que é até o dia 5 de cada mês.

A associação realizou reunião para dar seguimento às quitações referentes a janeiro, junto com o prazo combinado para fevereiro. Com a ausência de resposta da cooperativa, foi ajuizada, no mesmo dia, uma ação para cobrar os valores devidos aos antigos trabalhadores da Languiru.

Segundo informado pelo sindicato, o valor de cada parcela paga aos 680 ex-funcionários do frigorífico gira em torno de R$ 2 milhões. Os pagamentos das 12 parcelas aos trabalhadores começaram em 2023, contabilizando cinco efetuadas até o momento.

Ao Grupo Popular, o advogado do sindicato, Daniel Fontana, repassou outra informação que, até o momento, os cinco funcionários que ainda estão na ativa no frigorífico não tiveram seus salários pagos referentes a janeiro.

O presidente liquidante da Languiru, Paulo Roberto Birck, explicou à reportagem que a cooperativa trabalha para colocar em dia os pagamentos. “O desafio de honrar nossos compromissos é enorme, mas com um pouco de paciência estas dificuldades irão melhorar. Estamos conversando com os sindicatos e alinhando com eles para não prejudicar nenhum dos nossos ex-colaboradores”, disse. Desde as demissões, a cooperativa já pagou R$ 16 milhões em rescisões. Conforme Birck, mais da metade delas foram pagas em dia.

Contraponto

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições e Cooperativas da Alimentação de Estrela, responsável pelos trabalhadores de Estrela, Teutônia e Westfália, Pedro Mallmann, manifesta a posição tomada acerca dos pagamentos das parcelas de rescisão de contratos dos trabalhadores da Languiru. São outros 600 ex-funcionários que não tiveram o pagamento das parcelas devidas pela cooperativa. A decisão por não judicializar uma ação contra a Languiru foi tomada em reunião realizada também na quarta-feira os representantes sindicais e a direção da Languiru.

A cooperativa deve adicionar multa de 20% em todas parcelas vencidas. Além disso, ficou firmado que a Languiru, para efetuar os pagamentos, precisa concretizar uma das negociações: operação de captação financeira, início da operação de aves com a JBS ou a venda do Frigorífico de Suínos para a JBS (depende da aprovação do projeto de lei do Governo Estadual na Assembleia Legislativa).

A nota conjunta dos Sindicatos da Alimentação de Estrela/Teutônia, Comerciários de Taquari/Teutônia e Comerciários de Lajeado diz que a reunião buscou viabilizar o pagamento de forma mais rápida aos trabalhadores. ”Qualquer alternativa jurídica possivelmente demanda mais tempo. No entanto, isso não exclui o direito dos trabalhadores de executarem o acordo conforme o termo de ressalva da rescisão de forma individual”, aponta a nota.

Confira na íntegra:

Nota Conjunta dos Sindicatos da Alimentação de Estrela/Teutônia, Comerciários de Taquari/Teutônia e Comerciários de Lajeado

Prezados ex-trabalhadores da Languiru,
Os sindicatos acima mencionados vêm por meio desta nota conjunta informar a todos os trabalhadores que tiveram suas rescisões parceladas devido à crise da Cooperativa Languiru. Devido ao atraso no pagamento das parcelas, os sindicatos solicitaram uma reunião com a Languiru, a qual ocorreu hoje pela manhã, em 07/02/2024. Na referida reunião, ficou decidido que toda parcela vencida será acrescida de multa de 20%. Para efetuar os pagamentos, a Languiru precisa concretizar uma das seguintes negociações:
1) Operação de captação financeira;
2) Início da operação de aves com a JBS;
3) Venda do frigorífico de suínos para a JBS (depende da aprovação do projeto de lei do governo estadual na Assembleia Legislativa).

Os sindicatos estão em constante vigilância dessas negociações, buscando maior rapidez no pagamento do saldo devedor. O resultado dessa reunião visa viabilizar o pagamento de forma mais rápida aos trabalhadores. Qualquer alternativa jurídica possivelmente demanda mais tempo. No entanto, isso não exclui o direito dos trabalhadores de executarem o acordo conforme o termo de ressalva da rescisão de forma individual.

Sindicato dos Empregados no Comércio de Taquari e Região
Sindicato dos Empregados no Comércio de Lajeado e Região
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Estrela e Região

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