São diversas as frentes de atuação do Governo de Estrela, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no combate à Dengue. Testes rápidos; mapeamento de áreas; levantamento de números; armadilhas; aplicação de vermicida; limpeza de áreas; reuniões estratégicas; mutirões de limpeza e campanhas de conscientização, entre outras ações. Equipes técnicas da Vigilância Epidemiológica e agentes de saúde reiteram, contudo, que todo o empenho não será útil se a população não fizer sua parte, visto que 90% dos focos são encontrados em terrenos particulares, inacessíveis para as equipes, ou até mesmo em áreas fechadas dentro de casas, ou ainda em calhas, caixas d’água e piscinas também de residências.
Na última semana, uma reunião estratégica do Governo, que envolveu gabinete, secretaria da saúde, departamento jurídico, meio ambiente e vigilância sanitária ocorreu na presença de representantes das áreas ambiental, sanitária e epidemiológica da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Uma análise geral da dengue no município, das ações e da necessidade de reforço das equipes de trabalho foi levantada. Unânime foi também a reiterada necessidade de colaboração da população. O governo já estuda na legislação uma forma mais rígida de cobrar aqueles que não estão colaborando ou fazendo descaso.
Particular
Conforme estudos históricos e atuais da Dengue no município a partir das diversas técnicas, e de mapeamento, 90% dos focos são encontrados em áreas internas nos pátios das residências. Segundo os agentes, que têm contato mais direto com as pessoas, são muitos os casos onde moradores, até por medo de serem multados ou algo específico, não permitem sequer uma inspeção por parte dos agentes até como forma de orientação. São repetidas as ocorrências onde, mesmo após identificados locais com focos, é realizada a instrução aos moradores sobre os meios para a propagação do mosquito, e pouco tempo depois, em nova visita, a presença de larvas do mosquito é novamente constatada por desleixo. “A Dengue não é uma novidade. Ano após ano o assunto é tema constante dos mais variados debates, programas e noticiários. De forma geral todos sabem quais são os perigos, sintomas, e o que é preciso fazer para evitar a proliferação do mosquito, mas pouco neste sentido é realizado”, enfatiza Carmen Liane Soares Hentschke, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Estrela.
Conscientização
Independente disso, junto aos Mutirões que estão sendo realizados nos bairros (último foi Marmitt no final de semana passada; e o próximo será neste sábado e domingo no Auxiliadora), onde ocorre recolhimento de entulhos, roçadas, higienização e limpeza de espaços de convivência, pinturas de calçadas e outras iniciativas, equipes e agentes de Endemia também estão presentes realizando orientações à população. “O que as pessoas muitas vezes não têm ideia é que o maior problema não está naquela poça de água barrenta de um terreno, ou no rescaldo da chuva, e sim na água parada, mas límpida, de uma piscina ou do pratinho de uma planta, dentro de um pneu ou caixa d’água entreaberta”, explica ela.
Inseticida está sendo aplicado em diversos pontos, conforme recomendação técnica do Ministério da Saúde, e há ainda o trabalho constante de mapeamento, utilizado para identificar onde é preciso intensificar as ações, através das chamadas armadilhas de ovitrampas e também do Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). “Estes são meios de identificar o índice de infestação e onde está a maior incidência do mosquito. O inseticida tem baixa eficácia, é uma medida complementar ao que deve ser a ação principal que é a eliminação de criadouros. E as pessoas, ao verem a aplicação, acham que estão salvas. O combate mesmo é feito extinguindo os locais de procriação, e estes, em sua quase totalidade, estão dentro de terrenos particulares e residências. Além de não termos acesso a muitos destes espaços particulares, é humanamente impossível que os agentes de endemias passem em todos os lares, uma vez por semana. É preciso engajamento de toda população”.
Casos da doença
Os relatórios dos casos da doença são semanais. Este ano Estrela registra até então 58 casos confirmados e 25 suspeitos ainda em análise. Em 2022, os casos de Dengue iniciaram em 10 de março e totalizaram 487 pessoas contaminadas. Em 2023 foram 920 casos, com um óbito, ocorrido em abril, durante a época que se registrou a maior incidência da doença, muito provavelmente pela proliferação dos criadouros do mosquito ao longo do verão.
Orientações
Evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampado tonéis, caixas e barris d’água ou caixas d’água; acondicionar pneus em locais cobertos; remover galhos e folhas de calhas; não deixar água acumulada sobre a laje; retirar os pratos dos vasos de plantas; fazer sempre a manutenção de piscinas, tratando as com cloro.
Ainda, é importante ficar atento aos sintomas da dengue, que incluem febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações e erupção cutânea. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar também dor abdominal, vômitos persistentes, diarréia, desânimo e sangramento de mucosa. Mais informações na Vigilância Ambiental (3891-1042).