Prospectar clientes, apresentar produtos, ampliar mercados. Estes são alguns dos objetivos das dezoito agroindústrias familiares do Vale do Taquari, que participaram durante esta semana da Expodireto Cotrijal, em Não Me Toque. Incluídos no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) do Governo do Estado os empreendimentos estão habilitados para a comercialização nas esferas sanitária, ambiental e fiscal. “Para nós é uma ótima oportunidade para bons negócios, para ouvir o feedback das pessoas e qualificar ainda mais os nossos produtos”, salienta Jackson Jacobs, da Queijaria Dorf, de Teutônia.
Esta é a terceira vez que Jacobs participa da Expodireto, sempre levando consigo variedades de queijos coloniais e temperados, além de parmesão, todos elaborados de forma artesanal, com leite retirado na propriedade da família, na Linha São Jacó. Premiado em diversos concursos no Estado, o empreendedor acredita no contato direto com o cliente como um caminho para o fortalecimento da atividade. “É um processo meio coletivo, com o consumidor nos reencontrando, comentando o que achou”, pontua, destacando também o fato de as famílias encontrarem grande variedade de produtos no espaço das agroindústrias.
A opinião da Maciel Slaifer, da agroindústria familiar Slaifer, de Encantado, vai ao encontro da de Jacobs. “Esta já é a quarta vez que participamos”, comenta. Na bagagem para a feira, uma grande diversidade de geleias, doces e conservas. “Neste ano lançamos dois novos produtos e a Expodireto se torna uma ótima oportunidade para apresenta-los”, afirma o proprietário, que garante estar tendo uma grande demanda das geleias de mirtilo com pimenta e de uva com pimenta. “A Expodireto supera a cada ano as expectativas, com os clientes retornando e comprando novamente em razão da qualidade do que aqui se apresenta”, avalia.
Para o extensionista da Emater/RS-Ascar Alano Tonin, a participação das agroindústrias familiares em feiras permite alavancar a comercialização, que é feita diretamente ao consumidor. “Antes muitos desses empreendimentos operavam na informalidade”, explica, reforçando o fato de a predominância das culturas alemã e italiana na região ser determinante no que diz respeito à transformação da matéria-prima em produtos de valor agregado. “É algo da cultura das famílias, de ter essa capacidade de diversificar, sendo este um dos pontos que explica a grande variedade de agroindústrias da região”.
Já a coordenadora do Arranjo Produtivo Local (APL) das Agroindústrias Familiares do Vale do Taquari Eliane Kolchinski valoriza o processo de agroindustrialização da região, não apenas como uma alternativa para a agregação de valor á produção primária, mas também como um caminho para a sucessão rural, para a qualidade de vida e para a ampliação da renda. A expectativa é de que passem pela feira mais de 300 mil pessoas. No pavilhão estão 163 empreendimentos – todos com o Selo Sabor Gaúcho da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Estado -, além de 47 estandes de artesanato, 13 de plantas e mudas de flores e três de arte indígena.