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Taekwondo exige flexibilidade e resiliência

Crédito: Divulgação

Dando continuidade à sequência de matérias de esportes praticados nos Jogos Olímpicos de Paris e na região do Vale do Taquari, o Grupo Popular traz, desta vez, o Taekwondo, modalidade em que o Brasil será representado por Edival Pontes e Henrique Marques, no masculino, e Maria Clara Pacheco, no feminino.

Os confrontos serão realizados em uma arena montada no Grand Palais, palácio construído no ano de 1900. A disputa começa no dia 7 e vai até o dia 10 de agosto. Em cada gênero, haverá quatro categorias de peso. No masculino, menos de 58 quilos, menos de 68 quilos, menos de 80 quilos e mais de 80 quilos. No feminino, menos de 49 quilos, menos de 57 quilos, menos de 67 quilos e mais de 67 quilos.

Cada categoria tem 16 atletas, que se enfrentarão em formato eliminatório. Os vencedores de suas chaves se encontram na decisão, enquanto os eliminados disputam a repescagem, para tentar o bronze.

Arte marcial
O Taekwondo se traduz como a “arte de chutar e bater”, sendo uma arte marcial que remete ao período dos Três Reinos da Coreia (de 57 antes de Cristo a 688 depois de Cristo), quando os guerreiros da Dinastia Silla começaram a desenvolver um sistema de técnicas de combate, conhecido como taekkyon (“pé-mão”), semelhante a uma dança.

Das modalidades presentes nos Jogos Olímpicos, é uma das que mais exigem flexibilidade e preparo mental. Sua primeira aparição nos Jogos ocorreu em Seul, no ano de 1988, como evento de demonstração. Ela apareceu novamente em Barcelona em 1992, e ficou ausente no programa Olímpico em Atlanta, em 1996. O esporte reapareceu nos Jogos de Sydney (2000). Desde então, a modalidade faz parte das Olimpíadas.

Ensinando a se defender e competir

No Vale do Taquari, a modalidade é realizada em academias e escolas. É o caso da Atitude Taekwondo, de Lajeado. O projeto reúne praticantes de diferentes idades e ensina as três divisões do Taekwondo: O WTF, mais lento e presente em competições; o ITF, mais antigo, com sparring (luta) e sem foco em competições; e o Songahm, voltado ao sparring e questões físicas, de memória e competição.

As aulas têm duração de 40 minutos, com conteúdos diferentes em cada semana e contam com aquecimentos, alongamentos, aulas técnicas e treinamentos sobre as trocas de faixas. Para efetuar a troca, é exigido o domínio do Poomsae, uma espécie de coreografia executada pelo praticante nos momentos de luta, representando que o aluno tem a competência necessária para realizar os movimentos básicos de sua faixa. Com isso, ele pode avançar e evoluir para uma próxima cor.

As mudanças de faixa ocorrem a cada 4 meses, podendo levar 8 se o aluno não se adequar aos critérios. “Na minha escola, para o aluno trocar de faixa, além do conteúdo técnico, ele precisa ir bem no colégio, se alimentar bem e respeitar os pais. Se ele cumprir essas etapas, pode trocar de faixa. Se não cumpriu, não troca”, destaca o ex-competidor e instrutor de Taekwondo da escola, Teilor Saimon Spaniol.

Teilor iniciou sua jornada no Taekwondo em Estância Velha. O motivador de sua vontade em querer se aprofundar e trabalhar com a modalidade foi o caráter dos projetos sociais, focados em promover um cidadão melhor e evoluir as pessoas, além da promoção da autodefesa.

O instrutor já participou de torneios, incluindo um segundo lugar em um pan-americano. Hoje, foca em dar aulas e ajudar novos apreciadores do esporte. Prefere o sparring, com dois atletas lutando durante dois ou três minutos, sem a contagem de pontos e interrupções, o que não tem grande presença em competições.

O professor reforça que as dificuldades dos jovens, hoje em dia, estão relacionadas com os golpes sofridos. Muitos não querem ter esse contato físico, e isso se torna uma barreira para a evolução. Além disso, há as questões financeiras. Por isso, ele afirma que ter resiliência de continuar competindo, dentre vários fatores, é a maior necessidade para um bom taekwondista.

Para participar das aulas, é necessário conversar com os professores. São oferecidas duas semanas experimentais e, após, firmado contrato, dependendo da escolha do aluno em ter vínculo ou não com a escola.

Alunos da Atitude Taekwondo participam de campeonatos em diversas partes do sul do Brasil – Crédito: Arquivo Pessoal
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