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Produção diversificada de energia garante o pleno abastecimento do Vale do Taquari

Crédito: Divulgação / Certel

Nesta semana, o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do RS (Sindienergia-RS) lançou um programa que busca a autossuficiência energética do Rio Grande do Sul. Intitulado “Todas as Energias”, tem como principal foco a soberania energética do estado, que atualmente importa 30% de energia de outras unidades da federação para dar conta do abastecimento pleno. Isso equivale a três gigawatts (GW).

O sindicato, em sua divulgação, explica que serão duas fases deste plano. A primeira busca a plena geração de energia que atenda a demanda de todo Rio Grande do Sul, com previsão de 5 anos para ser concluída. A segunda se detém na promoção de hidrogênio verde, tanto para o consumo interno quanto para a exportação.

A curto prazo, é aumentar a capacidade dos atuais 3,8 GW para 8 GW. A longo prazo, o programa visa ampliar a capacidade de energia renovável para 30 GW até 2040, com investimentos de R$ 210 bilhões e criação de 150 mil empregos.

Ainda, o que talvez seja um dos pontos mais importantes: espera-se reduzir as emissões de 2,7 milhões de toneladas de CO₂ a curto prazo e 1,7 bilhão de toneladas ao longo de 26 anos.

Geração de energia da Certel já é 100% renovável

Na região, a Cooperativa de Energia Certel abastece 48 municípios, atendendo 75 mil clientes. Ao longo dos seus 68 anos, tem se envolvido com as comunidades e desempenha o seu papel social e ambiental. Foram muitos os esforços e os gastos na retomada do abastecimento pós-cheias. Contudo, a cooperativa mantém o seu principio, de atender todas as regiões de atuação. Os investimentos futuros são planejados técnico e financeiramente. Os projetos trabalhados atualmente são o das usinas Bom Retiro, Vale do Leite e Eólica, com investimento em torno dos R$ 800 milhões.

O vice-presidente da Certel, Daniel Luis Sechi, afirma que o compromisso da cooperativa de energia é atuar de maneia sustentável, fornecendo ao associado energia de qualidade, confiável e preservando o meio ambiente.

Considerando todos os projetos, desde os estudos, acessos e conexões elétricas, o custo por megawatt instalado é de aproximadamente R$ 10 milhões”, pontua Daniel.

Energia fotovoltaica

Considerando as energias limpas e renováveis, sobretudo, que não interfiram drasticamente no ambiente, a energia fotovoltaica, proveniente do sol, é uma das fontes que está em alta quando se fala em economia e sustentabilidade. Porém, é uma energia que não é contínua, pois depende das condições climáticas. Além disso, não há geração em períodos noturnos ou em dias chuvosos, o que demanda a implantação de grandes bancos de armazenamento e consumo.

Desta forma, as energias hidrelétricas e termelétricas são importantes, por possibilitarem o armazenamento da energia mecânica para converter em energia elétrica em momentos planejados.

Ou seja, para a nossa realidade de intempéries e instabilidades, as energias mais “seguras” para o plano abastecimento ainda são as hidrelétricas.

Energia eólica

Outra fonte de energia limpa é a que depende da força dos ventos. A Certel já elabora um projeto de usina elétrica eólica para Teutônia. A UEE Harmonia está em fase de testes e avaliações das condições do local (fase anemométrica).

Segundo a lei, são necessários 3 anos de acompanhamento sobre correntes de ar, impacto ambiental e resultado sobre pesquisas para suficiência do projeto. A Certel já completou 34 meses de avaliações.

Outros pontos que envolvem o parque eólico são projetos ambientais e fundiários, realizados em paralelo. As avaliações preliminares apontam que a força do vento na UEE Harmonia pode gerar de 32 a 60 megawatts de potência. Isso é suficiente para atender 120 mil pessoas.

Energia hidrelétrica ainda é a principal fonte renovável e segura

Na quinta-feira (15/8) especialistas abordaram a importância das hidrelétricas para a segurança energética do Brasil durante o Fórum de Energias Renováveis, em Porto Alegre. O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destacou a necessidade de políticas públicas e financiamentos que aproveitem o potencial hidráulico do país. Ele enfatiza a maior eficiência energética, controle ambiental das hidrelétricas e o menor custo de transmissão.

Dentre os painéis, foram abordados assuntos como a autoprodução de energia, especialmente em fábricas de hidrogênio, que demandam alta energia. Além disso, foi ressaltado o papel das hidrelétricas no armazenamento e regulação da água, apesar dos desafios em infraestrutura e transmissão.

As cooperativas de energia gaúchas investem anualmente cerca de R$ 500 milhões em subestações, equipamentos de transformação de redes monofásicas em trifásicas, novas usinas de geração de energia (hídrica, solar, biomassa e eólica) e internet rural.

Representantes do Sindienergias-RS enfatizam a necessidade de certificações e normas para o setor de hidrogênio, de forma a tornar o país exportador.

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