Prevista para acontecer entre 7 a 9 de novembro de 2025, a 1ª Feira Estadual de Aquicultura tem como objetivo dar atenção a uma atividade ainda pouco explorada no Vale do Taquari. A divulgação do evento começa um ano antes da data prevista, com o intuito de fortalecer o setor e despertar o interesse, especialmente de pequenos agricultores.
A feira é uma promoção do Instituto de Formação e Desenvolvimento Educacional (IFDL), sob a organização e direção-geral de Mauro Luciano Hauschild. O evento deve acontecer na propriedade de Hauschild, o Recanto Novo Paraíso, conhecido também pela população como “antigo camping Sanga Funda”.
“A aquicultura é um dos mais importantes instrumentos de geração de proteína animal. Tem custo baixo, área reduzida — especialmente quando comparada à pecuária — e produção extensiva. Além disso, há incentivos do governo federal e estadual. E, como sabemos, Bom Retiro do Sul é o pesqueiro do Vale. Queremos profissionalizar todo esse processo”, explica Hauschild.
O organizador lembra ainda que, com a aquicultura, os pequenos produtores podem manter as produções de frango e leite, utilizando os peixes como segunda fonte de renda. Para isso, uma das sugestões é o apoio dos governos municipais, garantindo que o alimento chegue ao cardápio das escolas.
Proposta da feira
A ideia é oferecer uma feira grandiosa, com a participação de empresas que fornecem insumos, como ração, além de serviços, como vestuário necessário para a despesca. Também há a possibilidade de participação de empresas que oferecem máquinas para a abertura de tanques e de instituições financeiras interessadas em financiar o processo de compra. “Queremos que os produtores conheçam as tecnologias e métodos de produção”, reforça o idealizador.
No Rio Grande do Sul, entre as espécies cultivadas, 65% são carpas, 27% tilápias e 8% espécies nativas. A Emater presta assistência técnica a 5.289 produtores em 299 municípios. Segundo Hauschild, um estudo encomendado pela Emater à Univates revela que menos de 1% das 300 empresas e 200 escolas da região oferecem peixe no cardápio. Ao mesmo tempo, o estado enfrenta uma população com deficiência de ômega 3 em sua alimentação.
“Precisamos fomentar o consumo para tornar o negócio viável. Por isso, é importante desenvolver essa iniciativa com as crianças, nas escolas. É muito difícil mudar um hábito na vida adulta, mas com as crianças conseguimos trabalhar isso”, destaca Hauschild. O evento será realizado ao longo de três dias: de 10 a 12 de novembro. O primeiro dia, que será o Dia do Peixe no RS, em Bom Retiro do Sul, será destinado a um encontro com extensionistas da Emater, com programação técnica e de estudos. Também está previsto um show com banda nacional para atrair o público.
Recanto Novo Paraíso
Hauschild conta que comprou a propriedade em 2012. “Muitos achavam que iríamos reabrir o camping, mas essa não era a minha intenção”, lembra. Um dos funcionários, que possuía uma peixaria, sugeriu transformar o local em uma produção de pescada. Hoje, são 16 tanques em operação. Em breve, o local também contará com um espaço para o abate dos peixes.
A construção dos tanques foi realizada em três áreas diferentes. “Tivemos que criar um declive para isso. São áreas muito grandes, cerca de seis hectares, que podem ser estudadas por outros produtores”, conta. O local está situado de frente para a Cabanha da Fé, onde acontecem os rodeios em Bom Retiro do Sul.