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Aeca mescla competitividade com projeto social

Projeto social auxilia jovens por meio da canoagem - Crédito: Aeca / Divulgação

A Associação de Ecologia de Canoagem (Aeca) tem se consolidado como referência regional e nacional na formação de atletas e no desenvolvimento da canoagem olímpica. Representando o município de Estrela e o Vale do Taquari em competições estaduais e nacionais, a equipe ocupa atualmente a 6ª posição no ranking brasileiro.

O diretor administrativo e financeiro da Aeca, Edson Carvalho, destaca o trabalho da entidade, que atende gratuitamente 65 crianças e adolescentes em Estrela, por meio de um projeto em parceria com o poder público municipal. “Nosso objetivo é desenvolver o esporte desde a base até o alto rendimento, sempre com foco na educação e na formação cidadã”, afirma.

A Aeca atende jovens a partir dos 10 anos de idade, sem custo algum para as famílias. “O aluno precisa apenas de um short, boné e garrafinha de água. O restante – embarcações, coletes, remos e treinadores – é fornecido pela Aeca”, explica Carvalho. A única exceção são as viagens para competições, quando há necessidade de arrecadar fundos para cobrir custos com transporte, alimentação e hospedagem.

Para viabilizar a participação em eventos nacionais, a Aeca realiza promoções, busca patrocínios privados e recebe doações, inclusive por meio de incentivos fiscais, como a destinação de parte do Imposto de Renda ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica).

Apesar do destaque e dos bons resultados, a equipe passou por um momento difícil em 2023 e 2024, quando as enchentes atingiram a sede da entidade em cheio. “A destruição foi grande. Perdermos barcos de competição, equipamentos e ficamos paralisados por dois meses. Pensamos em desistir, mas conseguimos nos reerguer com muito esforço e união”, relata Edson.

Calculando somente embarcações e remos, Edson afirma que foram R$ 391.950 de prejuízo por conta das cheias. O diretor ressalta que os valores são altos por conta dos custos dos barcos. “Alguns de nossos barcos custam até R$ 100 mil. Outros ficam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil”, afirma.

Como meio de recuperação, recentemente, a Confederação Brasileira de Canoagem doou cinco novas embarcações à Aeca, além de remos e coletes, o que ajudou a equipe a se reestruturar e na reorganização da retomada dos treinamentos e atividades.

A logística das competições também é um desafio que Edson aponta. “Diferente de outros esportes, precisamos transportar embarcações e equipamentos grandes. São viagens longas, muitas vezes com reboques. Após o trágico acidente com a equipe de remo de Pelotas, estamos avaliando alternativas mais seguras, como o deslocamento de atletas por avião e transporte coletivo das embarcações”, disse.

Carvalho, que começou na Aeca como pai de atleta, já foi presidente da entidade e da Federação Gaúcha de Canoagem. Hoje, dedica-se à gestão administrativa, mas segue com paixão pelo esporte. “É um trabalho de bastidores, mas gratificante. A canoagem nos envolve de uma forma única”, conclui.

A Aeca segue com vagas abertas para novos participantes. Interessados podem entrar em contato pelas redes sociais da entidade (@aecacanoagem no Instagram e Facebook). “Queremos que mais crianças e adolescentes conheçam esse esporte incrível. Temos estrutura, segurança e profissionais qualificados. Basta querer remar com a gente”, convida.

Assista a entrevista:

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