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Estrela celebra suas raízes com dança e sabor no segundo baile do Festival do Chucrute

A cultura germânica voltou a brilhar em Estrela na noite chuvosa de sábado (24/5), com a realização do segundo baile do 57º Festival do Chucrute. O evento, realizado no Ginásio Cristo Rei, reuniu mais de 500 dançarinos, entre crianças, jovens e adultos, em uma noite de celebração à tradição, à gastronomia típica e ao espírito comunitário.

Mesmo com o tempo instável, o público lotou o espaço, com todos os 2.500 ingressos esgotados. Entre as atrações mais esperadas da noite estavam as apresentações dos grupos de dança folclórica, que encantaram com coreografias vibrantes e trajes típicos cuidadosamente preparados.

Expectativa e orgulho nos bastidores

Para Andreas Hamster, coordenador dos grupos folclóricos de dança alemã de Estrela, o segundo baile carrega uma energia especial.

“A expectativa é maravilhosa. Vamos ter casa cheia. Os grupos folclóricos estão afinadíssimos. Hoje à tarde tivemos um ensaio geral e até desafiei os dançarinos oficiais: será que conseguem superar o que fizeram no sábado passado? Porque foi perfeito! E hoje eles voltam com tudo”, celebrou.

Andreas também lembrou a simbologia do festival dentro da programação de aniversário do município:

“O segundo sábado é mais procurado porque as pessoas comentam muito sobre o primeiro. E o Festival do Chucrute acontece sempre na semana do aniversário de Estrela, que completou 149 anos. É uma forma de enaltecer a cidade. Ano que vem, com os 150 anos, a festa vai ser ainda mais bonita”.

Carlos Teodoro Schwambach: 40 anos de dedicação à tradição

Entre os bastidores do festival, poucos nomes são tão respeitados quanto o de Carlos Teodoro Schwambach, que há quatro décadas dedica seu tempo, mãos e coração ao Festival do Chucrute. Símbolo vivo da tradição, ele é um dos responsáveis por manter a chama da cultura germânica acesa.

“Todos os anos estou aqui, assando, ajudando na cozinha, fazendo as guirlandas. É um trabalho em equipe, mas é também uma missão de vida”, compartilhou.
Sobre o segredo do galeto, prato que ajuda a preparar com maestria, ele confidencia: “O tempero tem que ser certeiro. E tem que estar no ponto certo, bem assado. O sabor vem do cuidado”.

Quatro décadas dedicadas ao festival/Ariana de Oliveira

Carlos não apenas cozinha, ele compartilha histórias, acolhe visitantes e é parte essencial da engrenagem afetiva do evento. “Se eu estiver com saúde, no próximo festival estarei aqui de novo”, disse, emocionado, ao completar 40 anos ininterruptos de atuação no evento.

Estreantes curiosos e sabores típicos

Entre os visitantes, Carlos Henrique Lopes e Juliana Anelini, de Teutônia, vivenciaram o evento pela primeira vez. “Ganhamos o convite e resolvemos vir. Parece que vai ser um baita baile”, contou Carlos. Juliana estava empolgada com os pratos típicos: “Nunca experimentei o joelho de porco, mas estou curiosa”.

No cardápio da noite, joelho de porco, galeto, linguiça Bock e o tradicional chucrute — preparados com dedicação por voluntários como o Sr. Carlos Teodoro.

Juventude que preserva a cultura

Um dos destaques emocionantes da noite foi o protagonismo jovem nos grupos folclóricos. A dançarina Ketlin, de Poço das Antas, faz parte do grupo desde 2017.“Amo dançar e essa tradição. Sempre assistia ao festival e, pelas redes sociais, me identifiquei com o grupo. Hoje, estar dançando aqui é uma realização”.

Ao lado dela, as amigas Thaís e Maria, também integrantes do Grupo Oficial B, compartilharam o orgulho de representar a cultura local.
Thaís, que participa desde 2013, destacou:

“Comecei por indicação de amigos e nunca mais parei. Os ensaios são todos os sábados. É uma rotina intensa, mas cheia de amizade e diversão”.

Maria, com 4 anos de grupo, contou emocionada como a dança a transformou: “Sempre gostei de dançar, mas nunca tinha me encontrado até aqui. Quando vi os titulares dançando, pensei: ‘É aqui o meu lugar’. Hoje estou nos titulares e dançar para 2.500 pessoas é um nervosismo bom, mas também um orgulho enorme”.

Tradição que se renova de geração em geração

Com brilho nos olhos e passos firmes no palco, os dançarinos mostraram que a tradição germânica segue viva, pulsante e atual em Estrela. O Festival do Chucrute não é apenas uma festa, é um movimento de valorização cultural, integração comunitária e continuidade histórica.

E como promete Andreas Hamster, em 2026, com os 150 anos de Estrela, o espetáculo será ainda mais inesquecível.

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