Letícia Echer e Camille Lenz da Silva
Criado em 2021 para facilitar a discussão de assuntos comuns, o G7 – grupo dos municípios de Teutônia, Fazenda Vilanova, Imigrante, Poço das Antas, Colinas, Westfália e Paverama – se tornou G8 no início de 2025, ao incorporar o município de Boa Vista do Sul. Na metade do ano, os gestores municipais oficializaram a criação de uma entidade. A Associação dos Municípios do Sol Nascente (Amsol) tem o objetivo de fortalecer as demandas coletivas dos oito municípios. Desde janeiro, o grupo já promoveu atividades diversas voltadas ao aperfeiçoamento das gestões e dos serviços públicos.
Nesta sexta-feira (29/8), a entidade promoveu um importante evento voltado à educação, saúde e assistência social: o 1º Seminário Regional da Primeira Infância, em parceria com a prefeitura de Colinas e a Urban 95, iniciativa global da Fundação Bernard van Leer que luta pelo desenvolvimento integral das crianças.
Conforme o presidente da Amsol e prefeito de Teutônia, Renato Altmann, a microrregião ainda carece de muitas ações voltadas às áreas da saúde, educação, infraestrutura e turismo. “Temos muito a evoluir e, nestes poucos meses de criação da entidade, já sentimos os reflexos destas ações conjuntas, além do fortalecimento político”, aponta.
Altmann cita que o seminário abre um leque grande sobre as necessidades e o cuidado com as crianças enquanto gestores públicos. Ainda na área da saúde, apontou a recente visita do vice-governador Gabriel Souza e da secretária de Saúde, Arita Bergmann, “para ver in loco a necessidade que nós temos de implantar uma UTI no Hospital Ouro Branco. Pela carência que nós temos de leitos de UTI, pelos serviços agregados de hemodiálise, oncologia, doação de sangue. Então essa luta na área da saúde é fundamental”, reforça o prefeito.
Na infraestrutura, apontou a busca por convênios para melhorias na Estrada de Linha Clara, que liga Westfália, Teutônia e Poço das Antas, na ERS-419, que liga Teutônia e Poço das Antas, para a ligação asfáltica da BR-386 com a VRS-835, em Paverama, entre outros.
“Tivemos palestras importantes junto à DPM sobre as reformas tributária e da previdência. Em outubro, provavelmente teremos um debate sobre a nova lei de licitações. Então esse é o nosso objetivo, fortalecer a nossa microrregião. Tenho a convicção que esta entidade trará bons frutos para todos”, conclui Altmann.
Autismo
O seminário regional ocorreu no Teatro Municipal de Colinas. Cerca de 350 profissionais foram convidados a participar. Com o tema “Crianças TEA (Transtorno do Espectro Autista)”, o evento ofereceu formação qualificada sobre diagnóstico precoce, acolhimento, inclusão e atendimento às crianças com autismo, especialmente na primeira infância.
A programação abordou a infância de forma integral, mas deu ênfase à preparação de profissionais para lidar com crianças com neurodivergências. “É um assunto de extrema importância. Quando pensamos em fazer o seminário, fomos atrás de um assunto que mobilize as pessoas e que todo mundo tem preocupação em poder trabalhar da melhor forma, que são as crianças neurodivergentes”, explica a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança е do Adolescente de Colinas e responsável pelo Comitê da Primeira Infância, Fernanda Joris.
“Esse é um desafio de toda a população, de todos os municípios, ter em sua equipe pessoas com mais qualificação para lidar com essas crianças e com a primeira infância no geral. É o que desejamos, melhorar o nosso futuro com outras gerações”, afirma Eliane Neuhaus, técnica em Enfermagem do município.
Pela manhã, ocorreu uma apresentação sobre os trabalhos locais na primeira infância e uma apresentação de cultural intergeracional. A programação também incluiu palestra com Manuelita Dotti, da Zelo Consultoria, com foco em estratégias de cuidado, desenvolvimento e articulação entre profissionais da rede; bem como palestra com Danielle Harth, jornalista e especialista em psicologia positiva, empresária e co-criadora do Espelho Meu LAB.
A palestra principal ocorreu durante a tarde, com Marcos Petry, autista diagnosticado na infância, escritor e palestrante nacional. Ele trouxe uma perspectiva pessoal sobre superação e inclusão. “A questão dele é um caso de sucesso que prova que sim, se tiver suporte e ferramentas corretas, a pessoa pode se desenvolver plenamente quanto à questão do autismo”, destaca Fernanda.
A iniciativa busca promover a qualificação e fortalecimento da rede de apoio à infância na região, a troca de experiências e o aprimoramento contínuo das equipes para atender melhor a população.
O desejo é que este seja um evento anual, com a possibilidade de ser sediado em diferentes municípios da Amsol.