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Polícia Civil deflagra Operação Camisa 2 contra organização criminosa no RS

A Polícia Civil, por meio da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (3ª DIN/Denarc), deflagrou nesta quinta-feira (18/12) a Operação Camisa 2, com o objetivo de combater uma organização criminosa com origem no bairro Bom Jesus, na zona leste de Porto Alegre, e atuação no interior e na região metropolitana do estado.

A ofensiva resultou no cumprimento de 59 mandados de prisão preventiva, 94 mandados de busca e apreensão, além de 16 bloqueios de contas bancárias e 6 sequestros de veículos. As ordens judiciais foram executadas em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, incluindo Porto Alegre, Lajeado, Encantado, Estrela, Santa Cruz do Sul, Gravataí, Canoas, Osório, além de Santa Maria, Restinga Seca, Paranhos, Maringá, Sarandi e São José.

Até o momento, 50 pessoas foram presas. Durante a operação, foram apreendidos 67 quilos de maconha, 66 quilos de cocaína, cerca de R$ 84 mil em dinheiro, 2 veículos, 2 armas de fogo, munições, carregadores, 1 drone, 2 antenas de roteamento de internet e diversas balanças de precisão.

Investigação

A investigação foi construída a partir de 5 fatos criminosos, registrados entre 2023 e 2024, que envolveram grandes apreensões de drogas, armas e prisões em flagrante em municípios como Cachoeirinha, Gravataí, Lajeado e Porto Alegre. Entre os episódios, está a apreensão de 2,4 toneladas de maconha na BR-386, em Lajeado, e a prisão de um dos líderes do grupo, ocorrida em 18/06/2024, na capital.

Com base nesses fatos, a Polícia Civil identificou a existência de uma célula criminosa denominada “A Camisa”, responsável principalmente pela comercialização de maconha em diversas cidades do RS, incluindo municípios do Vale do Taquari, Litoral Norte, Região Metropolitana e Interior do Estado. Em algumas situações, o grupo atuava em consórcio com outras organizações criminosas de fora do estado para o transporte de drogas.

Segundo o delegado Joel Wagner, a organização possuía estrutura hierárquica definida, com lideranças, gerentes regionais, intermediários financeiros e operadores logísticos. O esquema incluía o transporte de entorpecentes por caminhões registrados em nome de terceiros e a movimentação financeira por meio de dinheiro e transferências bancárias. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado mais de R$ 4,2 milhões durante o período investigado.

Crimes conexos

As investigações também apontaram a participação da organização criminosa em crimes de grande repercussão, como o roubo ocorrido em Caxias do Sul, em 19/06/2024, que resultou na morte de um policial militar, além de outros delitos como lavagem de dinheiro, porte ilegal de arma, organização criminosa e homicídios, inclusive no sistema prisional.

De acordo com o diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, a operação reforça o compromisso da Polícia Civil no enfrentamento ao crime organizado. Já o diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt, destacou que as ações visam atingir não apenas os executores, mas também as lideranças e a estrutura financeira das organizações criminosas.

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