Câmaras do G7 serão renovadas em mais de 50% em relação a 2020

São poucos os vereadores eleitos em 2020 que continuarão no Legislativo em 2025. Na maioria das cidades do G7, a renovação dos nomes de um pleito para o outro supera 50%. Teutônia é a cidade com o maior índice de renovação dos últimos quatro anos: das 11 cadeiras, oito serão ocupadas por vereadores que não legislam no atual mandato.

A mudança, no entanto, não significa que a cidade terá um grande número de vereadores inéditos ou inexperientes. Alguns nomes, como Valdir Oliveira do Amaral, o “Dirinho”, são conhecidos da população. Ele já foi vereador em 2008, 2012 e vice-prefeito em 2016. Em 2020, concorreu como vice na chapa de Jonatan Brönstrup, mas não foi eleito. Caso semelhante é o de Werner Wiebusch, o “Fif”, que já foi vereador em 2000 e 2004, além de ter sido candidato a vice-prefeito de Jonatan Brönstrup em 2012.

Outra situação que se destaca é a de eleitos como Neide Jaqueline Schwarz, que ficou como suplente em 2020, mas atuou durante quase todo o período dos últimos quatro anos. O mesmo aconteceu com Cláudia Frigo – ficou dois anos na Câmara (2021 e 2022). Entre os eleitos em 2020 e reeleitos em 2024, estão apenas Hélio Brandão da Silva (PSDB), Márcio Cristiano Vogel (MDB) e Luias Henrique Wermann (PSD).

Destacam-se como nomes inéditos Moisés Bageston Cardozo “Cavalinho” (PSD), com o maior número de votos da história da cidade, Jeferson Körner (PDT), Nerci Engelmann (MDB) e Milton Stahlhöfer “Xiru” (PL).

Do Legislativo ao Executivo

A dificuldade em manter os nomes na Câmara de uma eleição para outra pode ser explicada também pelo número de candidatos que migram do Legislativo para o Executivo. Em Estrela, Márcio Mallmann segue como vereador até o fim do ano, mas assume como vice-prefeito em 2025. A situação é a mesma de Evandro Biondo, em Teutônia, e de Simone Tischer, em Westfália.

Em Paverama, a prefeita eleita Michele Vargas e o vice, David Moura, também deixam as cadeiras da Câmara de Vereadores no fim do ano. Em Colinas, Marcelo Schröer não retornará ao Legislativo, assumindo a prefeitura da cidade a partir do ano que vem.

Houve também quem não concorreu como vereador para tentar uma vaga na prefeitura, mas sem sucesso. Em Teutônia, o atual vereador Vitor Krabbe concorreu como vice-prefeito de Celso Forneck. Heitor Schmidt viveu a mesma situação em Colinas, e em Estrela, João Braun tentou a eleição para prefeito.

“Se o governo vai mal, a Câmara de Vereadores também vai”

O cientista político e colunista da Folha Popular, Maurício Wermann, lembra que toda renovação implica em mudanças. Em Teutônia, por exemplo, a eleição de mulheres pode resultar em políticas públicas voltadas a questões femininas e na mudança de postura dos novos edis. O grande número de novos nomes em relação ao pleito anterior reflete uma insatisfação dos munícipes.

“O que ocorre é que não há como separar o trabalho do Executivo e do Legislativo. Se o governo vai mal, a Câmara de Vereadores também vai. Quando o prefeito não atende os pedidos dos vereadores, que na verdade são da comunidade, acaba prejudicando ambos. A eleição deste ano foi de mudança, e os vereadores não reeleitos apenas ‘acompanharam’ o governo”, destaca.

Um exemplo é Poço das Antas, onde houve a menor proporção de mudança nas cadeiras da câmara, e Glicério Junges foi eleito com 51,03% dos votos. Os seis candidatos que concorreram à reeleição em Poço das Antas obtiveram aval para um novo mandato.

Sobre Teutônia, que teve a maior renovação, Wermann comenta a insatisfação com o atual governo, que ficou em terceiro lugar no pleito, com 15,61% dos votos. “O pensamento do eleitor é lógico: se não está bem, troca”, comenta Wermann.

A proximidade entre o eleitor e o candidato a vereador também é um ponto de destaque. “O vereador é o ente público mais próximo do eleitor, é ele quem vai até a comunidade e leva as vulnerabilidades ao Poder Executivo. Por isso, o eleitor vota no candidato com quem tem mais vínculo, mais proximidade. Quanto às mudanças, quem as dita são os próprios eleitores. Os candidatos apenas se adaptam ao que a opinião pública considera importante”, afirma. O novo mandato para os eleitos no Executivo e Legislativo inicia em 1º de janeiro de 2025. A data de posse é definida em cada cidade e oscila entre 31 de dezembro e 1º de janeiro.

“O pensamento do eleitor é lógico: se não está bem, troca”

Maurício Wermann – cientista político e colunista da Folha Popular