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“O compromisso e o amor pela camisa são cruciais, e isso não faltará por aqui”, ressalta treinador do Canabarrense

O torcedor se prepara para os jogos com antecedência - Crédito: Éderson da Rocha / Especial FP

Canabarro respira futebol outra vez. Após o tricampeonato no Intermunicipal e o retorno consolidado às competições regionais, o Canabarrense projeta sua participação na Série A do Campeonato Regional com uma fórmula já testada: um grupo competitivo, comprometido e com o espírito do futebol amador.

Com elenco em construção e base mantida, o clube aposta na competitividade, trabalho físico e no engajamento local para repetir ou superar as recentes boas campanhas. Segundo o treinador Vanderlei Weiand “Peixe”, o futebol não tem “receita de bolo”. “Não adianta encher o time de craques se não houver grupo, comprometimento e um ambiente saudável”, diz. Essa visão orienta o trabalho do técnico, que comanda a equipe em mais uma campanha regional.

O Canabarrense aposta em um modelo de gestão com orçamento enxuto, mas com inteligência na montagem do elenco. Um dado recente exemplifica essa realidade: o Taquariense, vice-campeão em 2024, gastou em média R$ 3.800 por partida. Para Peixe, esse número mostra que é possível competir sem altos investimentos. “É louvável. Chegar a uma final com esse investimento é uma mágica. E é possível. O Canabarrense segue esse modelo”, aponta.

Conforme Weiand, no Intermunicipal, o Canabarrense esteve entre os cinco clubes com menor custo por jogo. “Isso também mostra que futebol não se ganha só com dinheiro. Ganha-se com grupo, estrutura e projeto”, reitera.

Para o regional, as contratações seguem um padrão claro: sem pressa e com perfil definido. A prioridade é manter a base campeã e buscar reforços que se encaixem na filosofia do clube. “Já temos uma estrutura montada. Não há desespero em contratar. O jogador que quiser vir para o Canabarrense precisa se encaixar no nosso perfil. Não abrimos disputa de valores com outros clubes”, destaca.

Até o momento, nenhum atleta foi inscrito no site da Aslivata. O prazo vai até o fim de julho. As conversas estão em andamento, com avaliações físicas e técnicas em curso. “Boa parte da base está mantida. Inclusive, 95% dos atletas que conquistaram o tricampeonato estão à disposição para a Série A”, revela.

A ideia de manter a base do elenco colabora com a visão de Peixe em ter um time entrosado desde o início da primeira fase, considerada de “tiro curto” e complicada.

Elenco competitivo

O regional tende a ser, novamente, um campeonato de intensidade. Força, velocidade e resistência física são atributos essenciais, e a preparação já começou para alguns atletas que buscam aprimorar o condicionamento e colaborar ainda mais com o clube.

Mais do que talento, o Canabarrense procura jogadores com espírito competitivo. “Não adianta ter técnica se não houver entrega. O elenco será formado por caras que querem ganhar, que se entregam. Isso vale mais que qualquer nome badalado e histórico”, enaltece Weiand.

Guris de Canabarro

A formação de jogadores da própria comunidade é um dos pilares do clube. Nomes como Dhomini, Kauã e Erick são exemplos de jovens que ganharam espaço e cresceram tecnicamente dentro do projeto. “É um processo. O guri vai errar e vai ter jogos ruins. Mas faz parte, o importante é dar sequência, apoiar, trabalhar e abraçar as nossas promessas. Afinal, elas são o futuro do clube”, ressalta.

O apoio das arquibancadas é outro diferencial. Pelo terceiro ano seguido, o clube teve a maior média de público no Intermunicipal. As semifinais e finais com casa cheia mostram a força da torcida, e esse respaldo contagia o grupo. “O torcedor reconhece quando o jogador se entrega. Ter esse apoio dentro de casa pode fazer a diferença nos mata-matas”, engrandece Peixe.

Gestão responsável

O futebol amador movimenta a economia da região. Em um fim de semana com jogos de todas as divisões, estima-se que mais de R$ 500 mil circulem nas cidades envolvidas. “Quem acha que futebol é só gasto, não entendeu o impacto que ele tem. Temos um limite de gastos e respeitamos. Futebol custa, mas é possível fazer com responsabilidade”, enaltece.

A maior preocupação hoje não é o resultado dentro de campo, mas a continuidade da gestão. “Quem vai pegar o jaleco depois da gente?”, questiona Peixe. A comissão técnica dos Aspirantes já foi renovada com nomes jovens, uma aposta na renovação interna.

O técnico defende que ex-atletas assumam papéis de liderança nos clubes, principalmente pela oportunidade de passar as experiências. “Quando parei de jogar, sabia que era hora de retribuir. É o ciclo natural. Se mais fizerem isso, nosso futebol amador segue forte por muitos anos”, aposta.

Com elenco competitivo, gestão responsável e torcida apaixonada, o Canabarrense entra na Série A com os dois pés no chão e o olhar no topo. Como define Peixe: “Não queremos reinventar o futebol. Só queremos jogar com identidade, compromisso e amor pela camisa. E isso, por aqui, não falta”, afirma.

Calendário
RodadaDataLocalPartidas
3/8Folga
10/8EncantadoNavegantes xCanabarrense
17/8TeutôniaCanabarrense xMinuano
24/8ImigranteEcas xCanabarrense
31/8Bom Retiro do SulRudibar xCanabarrense
7/9Folga
14/9TeutôniaCanabarrense xGaúcho-Prog
21/9TeutôniaCanabarrense xBoavistense

Jogadores inscritos:
O Canabarrense ainda não inscreveu atletas até o dia 5 de julho.

Assista:

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