Languiru faz ajustes no Frigorífico de Aves

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Languiru anunciou ampliação do Frigorífico de Aves em 2018 / Crédito: Reprodução Languiru

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação (STICA), Pedro Mallmann, foi procurado por funcionários do Frigorífico de Aves da Cooperativa Languiru, situado em Westfália.

Ele soube de reunião na terça-feira (13/4), no frigorífico, quando se comentou sobre a possibilidade do fechamento do turno da noite. Atualmente, 350 a 400 funcionários estão à noite, de um total de 800 trabalhadores que atuam na planta industrial.

“De lá [da reunião] saiu a informação. Tomara que não aconteça, pois são muitos empregos. Estamos preocupados”, disse Mallmann ao telefone.

Posteriormente, o líder sindical confirmou que há remanejos de colaboradores para outras unidades e turnos, além de desligamentos voluntários.

Após contatar a direção da cooperativa, Pedro Mallmann foi informado de uma redução no número de frangos abatidos por causa do alto custo de produção. De 150 mil diários, a redução foi para 110 mil.

“O prejuízo seria de R$ 2,00 por quilo de frango”, salientou o presidente do STICA. O Sindicato atende os municípios de Estrela, Teutônia, Bom Retiro do Sul, Colinas, Imigrante, Fazenda Vilanova e Westfália.

Uma outra fonte externa consultada revelou que ex-funcionários falam em 300 a 400 demissões. Mais uma fonte confirmou que as rescisões devem atingir outros setores da Languiru.

Em agosto de 2018, a Languiru anunciou investimentos de R$ 40 milhões no Frigorífico de Aves, com o objetivo de dobrar o abate diário de 110 mil para 220 mil frangos. A obra foi reforçada em outubro de 2019, durante o almoço empresarial “Tá na Mesa” da Federasul.

Ajustes de mercado

A Cooperativa Languiru confirmou que está fazendo ajustes, que ocorrem ou podem ocorrer “sempre em função do mercado”.

A cooperativa salientou que “a situação do mercado de carne de aves tem sido amplamente divulgada por todas as empresas do setor”.

Preocupam a queda no consumo de carne de frango e o alto custo de produção. O segundo item deve-se, principalmente, pela valorização de milho e soja no mercado de grãos.

Exportações em alta

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) publicou levantamento sobre o setor na segunda-feira (12/4). As exportações de carne de frango totalizaram 396 mil toneladas em março de 2021, o que representa 13,3% a mais que no mesmo mês do ano anterior.

Já as exportações brasileiras de carne suína totalizaram 109 mil toneladas em março, uma alta de 51,5% em relação a março de 2020. É o maior volume mensal de exportações já registrado pela suinocultura do Brasil.

Frigorífico de Suínos da Languiru fica em Poço das Antas / Crédito: Reprodução Languiru
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