HOB apresenta índices e serviços em café da manhã

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Profissionais do HOB fizeram apresentação para os convidados / Crédito da foto: Paloma Griesang

O Hospital Ouro Branco (HOB) realizou na manhã desta terça-feira (23/8) um café da amanhã para apresentar índices e o portfólio de serviços da instituição. Participaram autoridades e representantes de empresas e entidades dos municípios atendidos.

O momento iniciou com mensagem do presidente da Associação Beneficente Ouro Branco (ABOB), Marco Aurélio Weber, mantenedora da casa hospitalar. E também de presidentes de cooperativas, do presidente da CIC, do presidente da Amvat e do prefeito de Teutônia.

O diretor-executivo do HOB, José Paulinho Brandt, apresentou indicadores do hospital. Ele explica que como hospital filantrópico, por lei, o HOB deveria atender 60% de pacientes SUS, e 40% particular. Porém, hoje atende 83% SUS e apenas 17% particular.

Infelizmente, os atendimentos SUS não são suficientes para pagar a conta, segundo o diretor. Isso porque há uma grande defasagem nas tabelas de repasse do sistema, algumas há anos sem reajustes.

Assim, o HOB trabalha em ações para aumentar o número de atendimentos particulares. “Não queremos atender menos [o SUS], mas queremos atender [particular] mais para pagar a conta”, complementa.

Brandt afirma que o hospital tem evoluído e conseguido aumentar o índice de atendimentos particulares. Apesar de ainda haver uma dívida de cerca da R$ 14 milhões, está se gerando resultados para quitar este saldo.

Além disso, a casa hospitalar saiu de um déficit em 2019, para alcançar superávit em 2020, 2021 e até o momento em 2022. “Estamos com todos os salários sendo pagos em dia, contas, depósito de FGTS, tudo certinho”, conta.

Outros indicadores também demonstram o crescimento em atendimentos. As cirurgias realizadas passaram de pouco mais de 2,3 mil em 2019, para quase 3 mil em 2021, e podem chegar a 5 mil este ano. Já os nascimentos passaram de mais de 560 em 2019 para 705 em 2021, e podem chegar aos 800 em 2022. “É muita coisa para um hospital de médio porte”, avalia.

Em número de atendimentos na emergência, o HOB deve fechar em 35 mil atendimentos novamente. Em exames, são 40 mil exames de imagem e quase 230 mil exames laboratoriais por ano.

O diretor aponta ainda alguns projetos que o HOB tem encaminhados, aguardando aprovação e recursos. Entre eles, a troca do tubo da tomografia. “Nosso tomógrafo foi muito utilizado durante a pandemia, e isso vai desgastando com o uso”, comenta. Outro projeto encaminhado, este por meio do Avançar na Saúde, aguardando aprovação é da reforma da emergência, avaliado em um investimento de R$ 1,3 milhão.

Desafios

O diretor-executivo comentou ainda alguns desafios que o HOB tem pela frente. Entre eles, a reversão da perda de recursos devido a nova organização do Programa Assistir do governo estadual. Teutônia era referência em cinco especialidades, e perdeu duas.

Segundo Brandt, Teutônia foi o único hospital que perdeu recursos. “Porque o aumento de 1,59% é menor que a inflação, então tivemos perdas sim”, comenta. Segundo ele, não é uma questão de qualidade do atendimento, mas de mobilização política. “Quem pressiona mais, leva. Temos que trazer isso de volta”, reforça.

Outro desafio é o pagamento do piso da enfermagem. O diretor admite e concorda que o piso dos profissionais é merecido, mas aponta que o governo não definiu de onde sairão estes recursos. “O projeto tramitou sempre com a cláusula do fundo de custeio, mas foi aprovado sem ela. Serão R$ 2,5 milhões a mais por ano, é bem preocupante, estamos procurando alternativas”, avisa.

Novos serviços

O diretor técnico do HOB, médico Guilherme Vogt, destacou as mudanças que vem ocorrendo no hospital. “Não é uma mudança só na estrutura e no corpo clínico, mas também de mentalidade do que representa para o município. Municípios se desenvolvem em torno de um hospital”, opina.

Ela acredita que, como toda empresa, o hospital precisa se desenvolver e trazer coisas novas. “Não adianta termos uma UTI, se o corpo clínico não acompanha. Temos que crescer de forma objetiva tecnicamente”, aponta.

Apresentou alguns tipos de atendimento e serviços pioneiros realizados no hospital nos últimos anos. Entre os novos serviços, destacou o PA Convênios. O serviço de pronto atendimento atende pacientes de convênios e também particulares. A ideia é dar um diferencial para o atendimento, afim de atrair o público. “É um dos motivos pelos quais conseguimos aumentar o número de atendimentos particulares”, revela.

Outra nova opção apresentada é a do Check-up HOB. Por meio desse serviço, o paciente realiza em um dia todos os exames necessários requeridos pelo médico. “É importante porque hoje tempo é dinheiro, e assim consegue se fazer tudo de uma vez. É um acréscimo importante”, avalia.

Por fim, apresentou o Interna HOB. O serviço é para quem deseja uma internação privativa, diferenciada, mas que não possui convênio, ou que o convênio não faça a cobertura.

Especialidades HOB

Foram apresentados também os serviços de Especialidades HOB. Na área da cirurgia plástica, a apresentação foi conduzida pela médica Maria Cláudia Picolli. Ela destacou alguns diferenciais oferecidos, principalmente em relação à humanização do atendimento.

Salientou que tem trazido muitos de seus pacientes para realizarem os procedimentos em Teutônia, e que tem tido índices de 98% de experiências positivas. Reforçou a qualidade da estrutura e do atendimento. Quanto às mudanças no HOB, avalia que atualmente os médicos, e colaboradores em geral tem sido muito ouvidos, o que tem sido positivo e diferencial.

Na área da urologia, a apresentação foi do médico Arthur Ferronato Dall’Agnol. Ele explicou que não havia referência na especialidade em Teutônia, e que o serviço precisou, precisa, ser implementado em Teutônia. “Implementado com ideias, inovações e aprendizados. A utologia tem avançado e precisamos nos atualizar. As ideias da diretoria [do hospital] tem ido ao encontro disso”, aponta.

Lembra que era necessário buscar esses atendimentos em cidades vizinhas, ou até mesmo mais longe. Com a busca de recursos e equipamentos, hoje, muitos procedimentos nesta área já podem ser realizados no HOB. Reafirmou a preocupação com melhorias na estrutura, mas também em qualificação de pessoal e humanização do atendimento.

Afirmou ainda que o momento de diálogo é muito importante, e se colocou à disposição para tirar dúvidas.

Nascer no HOB

O médico Daniel Jantsch apresentou os serviços de obstetrícia e ginecologia do HOB. Segundo ele, tudo é pensado para dar mais conforto à gestante e a família, e proporcionar o melhor desfecho de parto, para que ela tenha a melhor experiência possível.

Apresentou também alguns dados de nascimento. Mostrou que nos últimos anos, o número de partos vaginais tem chegado a 30%, ainda abaixo do preconizado pela OMS, mas um aumento grande em relação a anos atrás quando a taxa era de 5%. Demonstrando avanço no objetivo de diminuir cesáreas.

Ele reforça que o objetivo central é o melhor desfecho, com segurança para todos os envolvidos, principalmente mãe e bebê. Aponta que a melhoria na atenção básica de saúde dos municípios tem contribuído para isso.

Ele apresentou também o novo serviço “Nascer no HOB”, que consiste em pacotes de parto, conforme escolha da gestante. Segundo Jantsch, entre os objetivos, está oferecer um ambiente acolhedor e individualizar a experiência de cada mulher. “Permitir que a experiência do nascimento seja o mais próximo possível do desejado e planejado, sem perder o foco que é a segurança. Uma equipe que possa oferecer suporte nesse momento que é único”, pontua.

O médico ainda avaliou o momento, reforçando a força do interior e das comunidades. “Temos a capacidade de trabalhar, cooperar e deixar um legado”, conclui.

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