Primeiras testemunhas falam à CPP contra Claudiomir de Souza

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Ex-assessor jurídico da Câmara, Gustavo Gewehr, foi uma das testemunhas ouvidas / Crédito da foto: Paloma Griesang

A Comissão Parlamentar Processante (CPP) da Câmara de Teutônia que investiga o vereador Claudiomir de Souza (UB) ouviu as primeiras testemunhas na manhã desta terça-feira (29/8). Foram ouvidas quatro das cinco primeiras testemunhas convocadas pela comissão.

Falaram os ex-servidores da Câmara, Maurício Wermann e Gustavo Gewehr, o servidor Guilherme Meirelles de Oliveira e o perito João Henrique Seibel Rodriguez. O deputado federal Marcelo Moraes que também havia sido convocado pela comissão deve ser ouvido em outra oportunidade a ser agendada. O presidente da CPP, Cleudori Paniz, pretende que isso aconteça nas próximas duas semanas.

Ainda foram interrogadas mais três testemunhas: o procurador Daniel Scherer Mallmann, que atuava na controladoria interna da Prefeitura de Teutônia, e duas testemunhas de defesa, os vereadores de Passo do Sobrado, Jânder de Carvalho Thiesen e Célia Clorete Haas da Fonseca.

Ainda iria depor o prefeito de Triunfo, Murilo Machado da Silva, mas a defesa decidiu dispensar o depoimento, encerrando ainda na parte da manhã o procedimento que tinha previsão de durar o dia todo.

Além do deputado Marcelo Moraes, ainda deve ser ouvido o ex-deputado Nivaldo Albuquerque. Após o depoimento de todas as testemunhas, a CPP ouvirá o acusado. Souza acompanhou os depoimentos com seu advogado.

Souza é acusado de falsificar documentos para comprovar e receber viagens em viagem a Brasília em outubro de 2021. Os documentos contestados são os que comprovam visita ao gabinete do deputado Marcelo Moraes nos dias 5 e 7 de outubro.

À época, o presidente da Câmara, Diego Tenn Pass (PDT), chegou a contratar perícia que comprovou falsificação nos documentos, com a colagem da assinatura. Recentemente, a CPP foi aberta a partir da denúncia encaminhada por um munícipe.

Integram a CPP o presidente Cleudori Paniz (PSD), o relator Hélio Brandão (PTB) e Vitor Krabbe (PDT).

A falsificação dos comprovantes

Questão central da denúncia, a falsificação dos documentos foi um dos pontos questionados às testemunhas, especialmente ao ex-controlador interno do Município e o perito. O perito João Henrique Seibel Rodriguez é enfático em afirmar que dois, dos três, documentos apresentados se tratam de falsificações. Segundo ele, a assinatura originária era legítima, mas foi recortada de um documento, e foi colada nos outros dois, produzindo dois documentos falsificados. Conforme a análise, o documento do dia 6 de outubro é original, já os dos dias 5 e 7 seriam os falsificados.

O ex-controlador do Município, Daniel Schere Mallmann, contou que alertou a Câmara sobre indícios de irregularidade nos comprovantes. “A Câmara me mandou um e-mail que pedia ‘posso pagar as diárias do vereador Claudiomir?’. Na época respondi que um dos comprovantes não tinha assinatura manual, digital ou código verificador, não havendo como verificar originalidade. Levantei que havia indícios de falsificação”, revela.

Vereadores confirmam visita

Os dois vereadores de Passo do Sobrado, Jânder de Carvalho Thiesen e Célia Clorete Haas da Fonseca, convocados pela defesa, confirmaram que estiveram junto com Claudiomir de Souza no gabinete de Marcelo Moraes.

Thiesen diz que estevem em Brasília entre os dias 5 e 7 de outubro, e que em duas oportunidades esteve no gabinete de Moraes e encontrou-se com Souza lá, junto com outras duas vereadoras. Porém, não soube precisar em qual dia o encontro ocorreu.

Já Célia, afirma que no dia 5 não esteve no gabinete, apenas nos dias 6 e 7, e que lá encontrou Souza, primeiramente não soube precisar o dia, mas após, afirmou que esteve com ele no dia 7. O comprovante da visita de Souza no dia 6 é legítimo, o do dia 7 é o que está sob suspeita. A defesa solicitou que os comprovantes da vereadora sejam encaminhados e anexados ao processo. O prazo de envio é de cinco dias.

A suposta tentativa de roubo de documentos

Entrou em pauta também a suposta tentativa de Claudiomir de Souza de retirar documentos das comprovações. O assunto foi trazido à tona, na época, pelo então assessor jurídico Gustavo Gewehr, que afirmava que Souza tentou tomar alguns documentos que estavam anexados ao expediente. Ele chegou a fazer um Boletim de Ocorrência.

O ex-servidor Maurício Wermann e o servidor Guilherme Meirelles de Oliveira confirmaram que Souza pediu para ter acesso aos documentos e que houve um desentendimento entre ele e o ex-assessor jurídico. Porém, nenhum dos dois pode afirmar que Souza tentou roubar documentos.

Ambos confirma que foi aberto um BO, e que Gewehr comentou que os indicaria como testemunhas.

O ex-assessor contou que foram várias vezes que Souza solicitou acesso ao expediente em questão. Ele também confirmou que houve um atrito em um dos dias. “Ele pegou documento na mesa e foi para a mesa ao lado, dissemos que não era para abrir, que se quisesse, pedia cópia, realmente levantei e peguei o documento de volta”, afirma. Após isso, Souza teria pego as cópias e saiu sem retirar nada. Ele também ponderou que não podia afirmar qual era a intenção do vereador em ter acesso aos documentos, e se de fato ele queria retirar algum dos papeis.

Gewehr afirma que abriu um Boletim de Ocorrência devido “à atitude do vereador”.

A matéria completa sobre a oitiva das primeiras testemunhas você confere na edição digital de amanhã (30/8) da Folha Popular.

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