CPP encerra oitivas com depoimento de Claudiomir de Souza

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Souza foi o último ouvido nas instruções / Crédito da foto: Paloma Griesang

A Comissão Parlamentar Processante (CPP) da Câmara de Teutônia que investiga o vereador Claudiomir de Souza (UB) realizou a última oitiva nessa terça-feira (17/10). Na oportunidade, foi ouvida a última testemunha, o ex-deputado Nivaldo Albuquerque, e o acusado. Souza é investigado por suposta falsificação de documentos para comprovar a receber diárias de viagem a Brasília realizada em outubro de 2021.

Os documentos seria de visitas ao gabinete do deputado Marcelo Moraes (PL), dos dias 5 e 7 de outubro. No dia 7, também não havia registro do acesso de Souza ao prédio do Congresso pela Polícia Legislativa.

O primeiro a falar foi o ex-deputado Nivaldo Albuquerque foi questionado sobre ter ajudado ou entrado junto com Souza no prédio do Congresso no dia 7 de outubro. O deputado declarou que é possível entrar no prédio sem registro quando acompanhado de parlamentares, mas não se recorda de ter entrado com o vereador no prédio naquele dia. O ex-deputado disse ainda que teve contato com Souza, mas não se recorda do dia, e que não sabe se ele foi recebido no gabinete de Marcelo Moraes ou não.

Após, a comissão ouviu o depoimento de Souza. Ele reforçou que tem fotos e vídeos com o deputado, e que houve o encontro no gabinete e também na bancada do PTB (antigo partido de Moraes). Declara que o documento foi encaminhado pela assessora do deputado, e que há registro em cartório da origem e recebimento do documento. Sobre a falsidade da assinatura, ele diz que é um outro campo de comprovação que não lhe compete, mas que o documento veio do gabinete do deputado.

Sobre a entrada no prédio do Congresso, ele lembra que pela pandemia havia a necessidade de cadastro prévio com limite de cinco visitas por deputado. “A gente não sabia, chegamos lá e precisava contar com a sorte para achar um gabinete com vaga. Fiquei na frente do Congresso, e encontrei a liderança do PTB, e entrei com a liderança, encontrei Moraes no corredor e fui até o gabinete. Tenho comprovantes de outros deputados”, disse, salientando que não entrou pelo acesso principal, por isso não haveria registro. Disse que não lembra o dia exato, mas que foi entre o período de 5 e 7 de outubro.

Questionado, ele foi enfático em dizer que nunca falsificou documento, e que nenhum dispositivo dele foi solicitado para verificar que ele realizou a falsificação. Emocionado, declarou ainda que se sentiu envergonhado com as acusações, que não ter dormido por vezes, e que sofreu acusações de conhecidos e da comunidade. Por fim, afirma se sentir injustiçado.

O vereador reforçou que as visitas geraram encaminhamento de diversas emendas parlamentares para o município, sendo algumas pagas, e algumas que acabaram se perdendo por outros motivos.

O principal motivador da denúncia seria a afirmação de que a assinatura em dois documentos comprovantes de duas visitas seriam falsificados. Conforme perito, as assinaturas foram recortadas de outro documento e coladas nos outros dois. Assim, a assinatura até seria do deputado, mas não seria original.

A partir de agora, abrem-se cinco dias de prazo para alegações finais. Depois, é feito o relatório, cujo prazo é segunda-feira (23/10). O relatório pode ir à votação já na próxima sessão ordinária, na terça-feira (24/10), mas é possível que seja feito em sessão extraordinária. O relatório precisa ser votado ainda em outubro.

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