Cidadania oficializa rompimento com o governo municipal de Teutônia

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Luias Werrmann (e) e Alisson Saldanha concederam entrevista ao Programa Espaço Aberto

O Cidadania oficializou nesta segunda-feira (26/12) o rompimento com a administração de Teutônia. O anúncio foi feito pelo presidente Alisson Saldanha em entrevista ao programa Espaço Aberto da Rádio Popular.

Conforme Saldanha, a decisão foi tomada após reunião e conversa com os integrantes do partido. “O Cidadania não faz mais parte do governo. Sabemos que existe alguns filiados Ccs [Cargos Comissionados] que participam do governo. Deixamos eles livres para se desfiliar e compor um outro partido e apoiar o governo. Ou se eles acharem melhor sair e continuar no Cidadania, tranquilo”, declara Saldanha.

Ainda na semana passada, o partido já havia anunciado a possibilidade de deixar o governo. O motivo seria a exoneração sem aviso ou explicação de correligionários partidários. O Cidadania integrou a coligação, junto com o PDT, que disputou as eleições em 2020 e elegeu Celso Aloísio Forneck e Aline Röhrig Kohl. “São pessoas que contribuíram para a campanha da atual gestão. E muitos foram avisados por mensagem de áudio no WhatsApp. Este tipo de comportamento a gente não esperava. Esperávamos um pouquinho mais de gratidão por tudo que o partido contribuiu para eles estarem lá”, avalia.

Além disso, a relação entre as duas partes já vinha abalada há algum tempo. A vice-prefeita Aline Röhrig Kohl havia se desfiliado do partido, e integrantes do Cidadania já haviam deixado o primeiro e segundo escalão do governo. O presidente comenta que a ruptura não começou agora. Porém, pondera que a decisão de desfiliação de Aline, e da saída de integrantes do governo foram decisões particulares e não do partido.

Saldanha alega que houve falta de diálogo por parte da administração com o partido desde o início do governo. “O Cidadania foi usado para ganhar a eleição, e esse diálogo foi cessando. Quando o Délcio [Barbosa] ainda era o presidente, e depois quando eu assumi o partido este diálogo também não aconteceu”, considera.

Posicionamentos na Câmara

O vereador do Cidadania, Luias Wermann, foi um dos integrantes do partido que deixou a administração municipal. Ele deixou o cargo de secretário de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer em novembro e retornou à Câmara.

Na terça-feira (20/12), foi um dos vereadores que votou contra o projeto de financiamento encaminhado pela administração municipal. Ele também integrou a chapa que concorreu à Mesa Diretora com apoio da oposição. O financiamento foi rejeitado, e a chapa da oposição acabou eleita.

Wermann afirma que sempre deixou claro que deixaria a Secretaria após dois anos para retorna ao Legislativo. Afirma que a situação nunca o procurou para compor uma chapa para a Mesa, o que a oposição fez e ele decidiu aceitar. Sobre o financiamento, justifica que a decisão de votar contra foi dele e não do grupo do Cidadania. “Se eu voto a favor deste financiamento, daqui seis, sete anos, provavelmente eu estaria carregando esta culpa de ter endividado ainda mais o Município”, explica.

Assim, ele vê que as exonerações de correligionários do Cidadania foram uma retaliação do governo a estes posicionamentos. “Logo depois, na quarta e na quinta, começaram pessoas irem para rua, sendo demitidas. Então sim, eu acho que foi um reflexo da minha votação na Câmara. E também para abrir espaço para outro partido que provavelmente vai embarcar agora no governo com a saída definitiva do Cidadania”, pondera.

Na semana passada a Folha Popular entrou em contato com a administração municipal de Teutônia que optou por não se pronunciar. Hoje, após a entrevista, foi solicitado um direito de resposta que será concedido na próxima quinta-feira (29/12), também no Programa Espaço Aberto.

Assista a entrevista completa

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