“Temos famílias que ficam horas sem água, e isso nos incomoda muito”, diz prefeita de Paverama sobre a falta de água

70
Administração busca editais para perfuração de poços / Crédito: Pexels

Famílias de Paverama têm convivido diariamente com o drama da falta de água. A situação assola, em especial, moradores das comunidades de Boa Esperança e Morro Bonito, localidades que possuem população elevada. Ambas são abastecidas pela rede municipal.

Eva Taciane da Silva reside na localidade de Boa Esperança há 7 anos, junto do marido, do filho e de dois enteados. No local, a rede que abastece a água é da prefeitura. Ela recorda que a situação se arrasta há algum tempo. “Temos falta de água faz um bom tempo, mas nunca foi como agora, de ficar praticamente uma semana sem. Foi nesse início de ano que a situação piorou”, relembra.

Vera Figueiredo é vizinha de Eva e reside no local com o esposo há 4 anos. “Já aconteceu de o pessoal acordar pela manhã e não ter água. Nos fins de semana percebemos que a situação fica ainda pior. Imagine neste calor: a pessoa passa o dia fora e, no retorno, a primeira coisa que quer é um banho relaxante; chega em casa e não tem água”, reflete ela.

Às 16h dessa terça-feira (4/2), a caixa d’água da comunidade foi abastecida por um caminhão-pipa. “Agora [quarta-feira] temos água. Porém, o caminhão-pipa vem [depois de acionar], abastece e depois falta novamente. A água para beber precisamos comprar, pois esta não conseguimos tomar”, revelam as moradoras. Elas dizem que a falta de água na localidade é comum até no inverno.

Nos poucos momentos em que há água, Eva e Vera armazenam para o que for necessário no decorrer do dia. Até a água da piscina tem sido utilizada em algumas situações. Lavar roupa tem sido difícil, pois, quando há água, a mesma não tem pressão. Segundo elas, os animais também sentem a falta de água.

As vizinhas acreditam que o problema da falta de água esteja na rede. “Pensamos que o problema está nos canos. O número de moradores aqui aumentou e a rede não acompanhou”, sugerem. Eva e Vera recordam que, por diversas vezes, já procuraram o poder público. “A vizinhança já se uniu e buscou a prefeitura em 2024, quando prometeram que colocariam um poço e, até agora, nada. Não podemos mais esperar”, dizem.

Resoluções

O poder público busca alternativas junto ao governo do Estado para solucionar o problema com a maior brevidade possível. “Sim, temos famílias que ficam horas sem água, e isso nos incomoda muito”, desabafa a prefeita Michele Vargas.

O vice-prefeito David Moura complementa que este foi um tema muito tratado durante a campanha política. “A situação da falta de água é um drama que vivemos em torno de 3 anos, alguns bairros um pouco mais afetados que outros. Trabalhamos nisso desde o início da nossa administração”, pondera.

Moura ressalta que, em Morro Bonito, uma caixa d’água já está ajustada. “Na semana retrasada, conferimos a rede de água e foram encontrados quatro vazamentos grandes. Solicitamos auxílio da Corsan, que enviou um técnico para fazer a aferição. Ele então detectou que ali desperdiçavam-se 100 metros cúbicos de água”, aponta.

Ele anunciou a necessidade de nova tubulação em 200 metros da rede para eliminar os vazamentos. “Os canos chegaram ontem (5/2), e trabalharemos para ajustar isso nos próximos dias”, promete o vice-prefeito.

Na comunidade de Boa Esperança a situação é ainda mais complicada. Naquela localidade são cerca de 30 casas localizadas em um ponto mais alto. “De domingo até ontem (2 a 5/2) tivemos dificuldade para abastecer. Então fomos até o poço, substituímos a bomba por uma com o dobro de potência e verificamos que a válvula de retenção estava estragada”, observam. Eles reiteram que, nesta localidade, é necessária a perfuração urgente de um novo poço para resolver a situação.

Michele diz que a prefeitura busca editais estaduais para a perfuração de poços. “Estamos correndo contra o tempo. E nos surpreende que, no ano passado, houve três editais para cadastro de novos poços e a gestão anterior não participou de nenhum”, enfatiza.

Agora, o Município solicita, junto ao Governo do Estado, a abertura de um novo edital. Nos últimos dias, como medida para amenizar a situação, o poder público alugou caminhão-pipa para abastecer as caixas d’água nas localidades afetadas. “É impossível resolver todos os problemas de imediato, mas não descansaremos enquanto a população não estiver abastecida”, desabafa a prefeita.

Surpresa na Corsan

Conforme Michele, em uma conversa com a Corsan para solicitar a cedência de um caminhão-pipa na semana retrasada, descobriu-se um contrato, assinado pela administração municipal anterior, no qual o abastecimento dos bairros da área urbana é repassado para a empresa.

Hoje, em comparação com a concessionária, o abastecimento municipal tem uma tarifa baixa – R$ 38 dão direito a 8 metros cúbicos de água. Enquanto isso, usuários da água da Corsan, além de pagarem a taxa de R$ 120, precisam pagar por metro cúbico de água utilizada.

Michele aponta que a maioria das contas de água do município não passa de R$ 50 ao mês. “Estamos correndo atrás para reverter, pois o impacto nas famílias será grande”, ressalta.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui