A jornada do Esporte Clube Poço das Antas no futebol regional

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Torcida fanática: comunidade se mobilizou após retomada do futebol / Crédito: Divulgação

Desde a retomada das atividades em 2017, o Esporte Clube Poço das Antas não apenas voltou ao cenário esportivo regional, como reconstruiu sua identidade com trabalho coletivo, paixão pela camisa e envolvimento da comunidade. Mais do que disputar campeonatos, o clube se firmou como símbolo de resistência do futebol amador no Vale do Taquari – uma caminhada que exigiu paciência, dedicação e união.

“Não foi fácil. Pegar um clube parado, com estrutura deteriorada, foi um desafio hercúleo”, resume William Franke, presidente do clube. A reativação começou do zero: gramado coberto de mato, sede abandonada e sem recursos financeiros. Mas o esforço da primeira diretoria, formada em 2017, pavimentou o caminho para que o clube voltasse a competir em alto nível. “Hoje, a gente colhe frutos de quem trabalhou lá atrás. Eu entrei na última gestão, mas o William já está desde o início. Eles têm muito mérito nisso”, reconhece Maurício Steffens, dirigente do clube.

Com uma torcida vibrante e fiel, o Poço das Antas carrega mais do que uma rivalidade local: carrega histórias de infância, paixões familiares e o desejo de manter viva uma tradição esportiva. “O futebol sempre fez parte da nossa vida. Desde criança, era a diversão do interior. Comecei nos aspirantes e fiquei por ali, depois fui estudar fora, mas voltei para ajudar”, conta William. Maurício completa: “Nasce com a gente. Primeiro como gandula, depois jogando, e chega uma hora que tu pensa: agora é minha vez de ajudar na diretoria para isso não morrer.”


As gurias do Poço fizeram diferença nos jogos decisivos / Crédito: Divulgação

Mesmo com a estrutura em boas condições – destaque para as arquibancadas cobertas construídas entre 2004 e 2005 -, o clube evita investimentos pesados nessa área e prioriza melhorias que beneficiem a comunidade ao longo do ano. “Pensar em ampliar a arquibancada não faz sentido, já que a grande presença ocorre só em mata-mata. Estamos mais focados em reformar os vestiários, ampliar o espaço da arbitragem e modernizar a sede social, criando valor para um plano de sócios”, explica Maurício.

O clube também aposta na formação de atletas locais. “Hoje, jogadores da região estão mais caros que atletas de fora, mesmo com custo de transporte. Por isso, é importante voltar a produzir jogadores nos aspirantes e pensar o clube a longo prazo”, observa Maurício. A ideia é reforçar a identidade comunitária, mantendo vivo o elo entre torcida e campo. Aliás, a torcida do Poço das Antas se empolgou com as campanhas de semifinais, a final do Intermunicipal 2025 e o título de uma Copa Via Esporte.


Poço das Antas chegou à final e foi vice-campeão do Intermunicipal Sicredi 2025 / Crédito: Bianca Letícia Fritscher – Especial FP

Rivalidade

A rivalidade com o 11 Amigos, clube da mesma cidade, é um capítulo à parte. “Tem o lado bom e o lado ruim. Ajuda, porque um puxa o outro, mas, às vezes, complica. A rivalidade nem sempre é sadia e, quando foge do controle, a gente sofre com questões extracampo”, admite Maurício. A diretoria prega o respeito e repudia provocações. “Hoje tem imprensa, tem rede social. Antigamente, o bicho pegava mesmo. Agora, qualquer empurrão vira polêmica”, diz William.

Regional

O Regional 2025 será o segundo consecutivo, e o clube prepara novidades: novo fardamento – incluindo o tradicional modelo preto que fez sucesso – e um elenco competitivo dentro das possibilidades orçamentárias. “A gente vê clubes investindo pesado, mas nem tudo que se fala é verdade. Nosso orçamento é enxuto, mas responsável. E futebol não se ganha só com dinheiro”, destaca William. Maurício concorda: “Se fosse só dinheiro, nem precisava jogar. A gente apresentaria os valores e já saberia o campeão”.

A estreia no Regional deste ano será em casa, no dia 3 de agosto, contra o Navegantes, campeão municipal de Encantado. A expectativa é grande. “Queremos começar com o pé direito e contamos com o apoio da nossa torcida. Eles são parte do time”, afirma William. O convite está feito – e a história continua a ser escrita por quem acredita que futebol é mais do que competição: é pertencimento, memória e futuro.

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