Vice Sul-Americano reforça crescente do Basquete em Guaporé

Esporte já cria raízes pela região, principalmente com a Richmond Basquete Guaporé

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Equipe representou o Rio Grande do Sul na competição - Crédito: Divulgação

Em uma região onde o futebol, atletismo e voleibol costumam dominar as atenções, o basquete tem ganhado espaço de forma surpreendente em Guaporé. Desde 2016, o município abriga um projeto social que utiliza o esporte como ferramenta de inclusão, desenvolvimento e transformação social.

A Richmond Basquete Guaporé, idealizada e coordenada pelo professor, treinador e entusiasta do basquete, Arthur Filippon, acaba de alcançar grande marca em sua história: o vice-campeonato no Sul-Americano de Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais), com a equipe feminina na categoria Sub-14. Na competição, participaram equipes do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Recife e outros.

“Foi com muito orgulho que representamos não só Guaporé, mas todo o Rio Grande do Sul no Sul-Americano. Ainda conseguir o vice-campeonato fez com que o sentimento fosse ainda mais especial”, conta Arthur.

A equipe foi a única do estado a disputar a competição, e teve reforço de meninas de Foz do Iguaçu (Paraná), oriundas de uma parceria consolidada com o projeto paranaense. “Essa união fortalece o basquete feminino e nos permite sonhar ainda mais alto”, completa.

Atualmente, o projeto atende 110 crianças e adolescentes, de 6 a 19 anos, entre meninos e meninas. Mas é no feminino que o basquete local tem ganhado destaque. “Desde a fundação, sempre houve mais interesse por parte das meninas. Isso nos motivou a investir mais nessa categoria e buscar a representatividade”, explica.

Inclusão

As atividades e os treinamentos ocorrem diariamente, no ginásio do Centro Social Urbano de Guaporé, graças a uma parceria com a administração municipal. O trabalho é intenso, com treinos de segunda a sexta-feira, das 15h às 17h30, focados em fundamentos, disciplina e coletividade. “A base do nosso time Sub-14 é composta por meninas que estudam juntas, e nenhuma delas é fora da curva em termos de altura. Todas têm cerca de 1,60 metros, o que reforça a possibilidade de que todos podem jogar basquete”, afirma.

Mais do que métricas físicas, o projeto prioriza o acolhimento dos jovens. “Aqui não fazemos seletiva. Toda criança que quiser praticar é bem-vinda. Só pedimos força de vontade, essencial para quem quer jogar. O restante é trabalhado em quadra”, afirma o treinador, que também ocupa a função de técnico da seleção gaúcha feminina desde 2019.

Origem

A origem da escolinha de basquete está diretamente ligada à paixão pessoal de Arthur pelo esporte e ao incentivo que recebeu durante a faculdade. Inspirado pelo professor Clairton “Xis” Wachhloz – figura marcante do basquete universitário da Univates, em Lajeado, e de todo o estado -, ele transformou o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em prática. “Meu trabalho era sobre como o basquete era desenvolvido nas escolas de Guaporé. A partir disso, veio a vontade de criar algo voluntário, que logo se transformou numa associação”, lembra.

O reconhecimento não tardou. Desde sua criação, o projeto já revelou atletas que atuam fora do estado e servem de exemplo para as novas gerações. Uma delas, inclusive, retornou recentemente para atuar como técnica auxiliar no projeto. “Ela foi uma das pioneiras e hoje retribui com muito carinho tudo o que recebeu. Isso é muito gratificante”, relata.

Cultura tende a crescer

Apesar dos bons resultados, o treinador reconhece que o basquete ainda não é culturalmente enraizado em Guaporé e nos outros municípios da região. A maior parte do público presente nos jogos ainda é formada por familiares dos atletas. “Mesmo assim, já sentimos uma curiosidade crescente da comunidade. Aos poucos, conquistamos esse espaço”, aponta.

Arthur segue com o realismo sobre o futuro, porém almeja a realização de sonhos. “Acreditamos e almejamos um projeto estadual, com apoio maior, quem sabe chegar a um cenário nacional. Mas, por enquanto, seguimos a engatinhar, com muito esforço e resultados expressivos que nos enchem de esperança”, ressalta.

Assista:

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