Desde o início do ano, Teutônia conta com um trabalho que vem fazendo toda a diferença na qualidade dos produtos que chegam à mesa dos consumidores. É o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), implantado pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. Por meio dele, as agroindústrias de Teutônia vêm sendo fiscalizadas e 11 estão aptas a comercializar sua produção dentro do município, usando o selo do SIM em suas embalagens.
A implantação do SIM era uma necessidade, na visão da equipe da secretaria, para garantir a qualidade dos produtos de origem animal comercializados pelas agroindústrias do município. “É função do SIM fiscalizar agroindústrias de origem animal, alimentos relacionados a ovos, mel, carne e leite”, ressalta a médica veterinária da prefeitura, Candice Schmidt. Já Gustavo Plautz, que também é médico veterinário da prefeitura, reforça o trabalho lado a lado com a Vigilância Sanitária. “A Vigilância faz o controle destes produtos, enquanto o SIM faz o controle da produção na indústria.”
As agroindústrias de Teutônia registradas no SIM – queijaria, granja de ovos, entreposto de mel, abatedouro e agroindústria de embutidos – recebem acompanhamento regular dos médicos veterinários. A partir do próximo ano, as visitas aos estabelecimentos devem ser semanais.
O secretário de Agricultura, Gilson Hollmann, esclarece que a implantação do SIM não tem a intenção de prejudicar os empreendedores. Para Hollmann, todas as situações são analisadas com bom senso, buscando a adequação. “Não queremos ser empecilho para ninguém, apenas regularizar nossas agroindústrias”, observa o secretário, acrescentando que outras cidades, como Brochier e Veranópolis, já procuraram Teutônia para organizarem os seus serviços de inspeção municipal.
Outro destaque, conforme o secretário, é o trabalho que a Secretaria está fazendo para combater a clandestinidade. Ou seja, aqueles produtos que não estão próprios para o consumo ou que vêm de SIM de outros municípios. Hollmann salienta que o SIM visa garantir a qualidade daquilo que é oferecido aos consumidores, estimulando-os a adquirirem o que é inspecionado. “Nós precisamos garantir que as pessoas estejam comprando um alimento de qualidade, isso é uma questão de saúde”, afirma, enfatizando que, junto com as adequações das agroindústrias, são feitas ações no comércio local. “Verificamos se não há entrada de produtos com inspeção de outras cidades e colocamos a importância de adquirir os produtos daqui”. A única exceção para as agroindústrias registradas no SIM comercializarem fora do município são as feiras, como a Expointer ou Expovale.
Próximo passo é implantar o Susaf
O próximo passo da Administração é a implantação do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Quem tem o Susaf consegue vender para todo Estado. Em Teutônia, por enquanto, as agroindústrias só podem comercializar dentro do território do município.
Para que o Susaf possa ser implantado, é necessário que as agroindústrias do município estejam 100% adequadas e regulamentadas pelo SIM. “Estamos buscando o Susaf para que possamos abrir novos mercados. Todo trabalho que estamos fazendo com o SIM tem o objetivo de também alcançar o Susaf” destaca Hollmann.
Atenção ao rótulo
Os veterinários da Secretaria da Agricultura, Candice Schmidt e Gustavo Plautz, observam que é muito importante que a população preste atenção na hora de comprar produtos de origem animal. Todos devem estar rotulados e conter o selo do SIM Teutônia, Dipoa, SIF, Susaf ou Sisbi. “Se a população ficar atenta a isso e mudar seus hábitos de consumo, certamente teremos redução significativa nos casos de doenças transmitidas por alimentos”, afirma Candice.
Os produtos comercializados na Feira do Produtor de Teutônia também são inspecionados pelo SIM e pela Vigilância Sanitária.
Melhora de 40% nas vendas
A Agroindústria Familiar Kolonie Haus, que comercializa embutidos – linguiças, salame e produtos derivados de bovinos e suínos, só tem a comemorar a implantação do SIM em Teutônia. A agroindústria na localidade de Linha São Jacó, dirigida por Valdomir Wessel e pelo casal Michele Wessel e Everson Machado Dias, estima um crescimento de 40% nas vendas desde que o SIM foi instituído, há cerca de um ano.
Para Dias, o serviço que a Secretaria da Agricultura tem feito para combater a clandestinidade ajudou os negócios. “Isso nos favoreceu, pois sempre trabalhamos pensando na saúde das pessoas, queremos ter um cliente fiel”. Já Michele aponta que, após o SIM, a Kolonie Haus passou a participar da Feira do Produtor. “Hoje eu faço só feira. Isso faz uma grande diferença nas vendas”, ressalta.
No ano passado, a agroindústria de São Jacó participou pela primeira vez da Expointer, onde vendeu cerca de 1,5 mil quilos de produtos. Para este ano, três feiras já estão confirmadas: em Rio Pardo, Torres e Não me Toque. A expectativa da família é continuar crescendo tanto é que, no próximo ano, a intenção é investir R$ 250 mil na ampliação da agroindústria.
