Funcionários protestam e pedem pagamento dos direitos trabalhistas em Paverama

A ideia é permanecer no local até segunda-feira (29/10), momento em que vão conversar com representantes do Ministério do Trabalho e advogados

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Grupo de funcionários e ex-funcionários vai permanecer no local até segunda-feira (29/10) / Crédito da foto: Gabriela Hautrive

Um grupo de funcionários e ex-funcionários da Latipac Brasil Reciclagem em Plásticos, de Paverama, conhecida no município como fábrica de cabides, se reuniu em frente à empresa para reivindicar por direitos trabalhistas. Segundo os trabalhadores, a empresa está saindo do município sem quitar as dívidas que possuem com os funcionários. São diversos relatos, pessoas que trabalharam na empresa e foram demitidas sem receber nada e outras que ainda estão com carteira assinada, mas receberam o último salário no início de setembro.

A empresa esta fechada há cerca de um mês. A funcionária Vanir dos Santos, de 58 anos, que trabalha há 6 anos no local, diz que o motivo informado aos trabalhadores sobre o fechamento da empresa foi a falta de energia elétrica. “Nos falaram que a empresa não tinha luz e que iriam nos pagar, mesmo a gente estando em casa, mas até agora não recebemos”, conta. Além de Vanir, outras 23 pessoas estão na mesma situação: sem salário e sem possibilidade de arrumar outro emprego por estar com a carteira de trabalho assinada pela Latipac.

Segundo a ex-funcionária Deise da Silva Moura, de 32 anos, todos os materiais da empresa estão sendo retirados de dentro do prédio. “Hoje de manhã, com auxílio da Brigada Militar, liberamos a saída das carretas vazias, mas já levaram máquinas e muitas outras coisas. Eles alegam que é para fazer manutenção, mas temos mecânicos aqui junto no grupo e sabemos que não é essa a finalidade”, pondera.

Deise ainda informa que a suspeita é de que os equipamentos da empresa estão sendo levados para Santa Catarina e fábricas filiais. “Não temos a certeza de nada, ninguém nos informou nada, a única coisa que sabemos é que não recebemos os nossos salários”. Outra ex-funcionária, Shana Maria Tente, de 39 anos, conta que estava com atestado médico quando foi demitida e até o momento não recebeu pagamentos referentes ao tempo em que trabalhou na empresa. “Eles nem poderiam me demitir, continuo com a carteira de trabalho assinada e sem pagamento, inclusive perdi outro emprego por causa disso”, conta Shana.

Outros funcionários também relatam que a empresa há bastante tempo não é correta no pagamento dos salários. Segundo eles, de 2012 até 2016 as coisas funcionavam de forma equilibrada, porém, desde fevereiro de 2016 tudo é incerto. “Ficamos sem receber, depois recebemos dois meses juntos, daí ficava mais um tempo sem salário e assim era”, contam. O grupo de funcionários está desde a noite desta sexta-feira (26/10) de plantão em frente à empresa. A ideia é permanecer no local até segunda-feira (29/10), momento em que vão conversar com representantes do Ministério do Trabalho e advogados.

A reportagem não conseguiu contato com os representantes da empresa, mas se coloca à disposição para que os diretores possam fazer esclarecimentos sobre o assunto.

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