Revelação da cantora Anitta alerta para cuidados com a endometriose

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Doutor Fernando Bertoglio, Diretor Técnico do HBB

A repercussão gerada por postagens nas redes sociais – e depois por entrevistas a jornalistas – sobre sua condição de portadora de endometriose levou a cantora Anitta a contribuir, de forma expressiva, para a importância do diagnóstico precoce da doença. Por nove anos a artista sofreu com fortes dores – especialmente menstruais -, tendo sido atendida e diagnosticada com problemas diversos.

Nos últimos meses, enfim, a doença foi confirmada. Anitta precisará passar por um procedimento cirúrgico chamado de laparoscopia, minimamente invasivo, para o tratamento.

Conforme o ginecologista e obstetra Fernando Bertoglio, Diretor Técnico do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, a doença se caracteriza pela presença de células do endométrio – que reveste internamente o útero – em outros locais que não o útero. “Isso leva à dor pélvica crônica e, em muitos casos, à infertilidade”, explica.

A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil, e o diagnóstico, desde o início dos sintomas, em média, leva sete anos. “A principal característica que deve levar a mulher a pensar na doença é a dor menstrual extremamente intensa e incapacitante. A mulher começa a tomar muita medicação para a dor, que a deixa incapacitada para trabalhar, estudar e para a vida sexual. Ela vai perdendo qualidade de vida”, detalha o médico.

Conforme Bertoglio, mulheres inférteis ou com incapacidade de engravidar têm seis a oito vezes mais possibilidade de ter a doença. “O tratamento consiste numa sequência de tratamentos químicos e, em último caso, cirúrgico. Esta nunca é a primeira escolha, e em geral é a última. A realização da laparoscopia pode deixar sequelas, por isso é importante o diagnóstico rápido a fim de que o tratamento com remédios surta o efeito desejado”, detalha.

O obstetra reforça: toda mulher que tem dores pélvicas, especialmente menstrual, deve procurar atendimento.

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