Coletivo Mais Uma busca trazer temáticas femininas por meio de manifestações

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A última caminhada tinha como tema o combate ao estupro e aconteceu em 2020, durante a pandemia / Crédito: Divulgação

Sororidade, resistência e luta são palavras que cercam o Coletivo Mais Uma. Criado por Letícia de Abreu Gomes e Rose Schweig Lopes, o movimento surgiu em 2016 com o intuito de colocar as mulheres em diálogo constante sobre pautas acerca do gênero.

Conforme a idealizadora Letícia, apesar dos avanços sociais, as mulheres ainda sofrem diversas violações de direito, as quais não permitem uma vida digna e o exercício pleno da cidadania. “Queremos mostrar que existimos e resistimos, não apenas enquanto coletivo, mas enquanto mulheres e essa é nossa forma de marcar presença no mês de março”, afirma.

Dentre as diversas ações realizadas está a Caminhada, promovida com o intuito de chamar a atenção para as diferentes formas de violências voltadas às mulheres e meninas. Neste sábado (11/3), o grupo organizará um Pedágio Solidário em prol da Casa de Passagem do Vale do Taquari, na sinaleira do Bairro Languiru.

No domingo (19/3), será realizada a Caminhada pelo fim da violência contra as mulheres. O encontro será às 15h30 na Associação da Água, com início às 16h pela Avenida 1 Leste e término na Prefeitura com Sarau Cultural pelo fim da violência. A divulgação está sendo feita nas redes sociais, homens também são chamados a participar. “Eles também precisam estar junto no combate à violência”, pontua.

A última caminhada promovida tinha como tema o combate ao estupro e aconteceu durante a pandemia. Participaram cerca de 80 pessoas. A ativista espera alcançar ao menos o mesmo número novamente.

Necessidade de representação

O movimento que faz a comunicação entre a mulheres e suas causas surgiu após a apresentação do espetáculo do teatro “As Mãos de Eurídice”, sobre violência doméstica. Após a peça, houve um debate sobre o tema. Letícia, Rose e uma antiga participante da causa, decidiram criar um grupo onde fosse possível debater as pautas feministas no contexto social e político, e planejar ações. O grupo também percebeu não haver mulheres feministas organizando na cidade o debate de pautas das lutas femininas na busca por equidade.

Aos poucos, foi se moldando como Coletivo e, ao menos desde 2019, a equipe se empenha em organizar ações. “A pandemia impediu um pouco a evolução do projeto, mas estamos retomando”, expõe.

Atualmente o Coletivo possui dois grupos, um mais presente no WhatsApp com 44 integrantes, focados em debates sociais e políticos. O outro organiza e forma a linha de frente das ações. A segunda turma é formada por oito mulheres. “Estamos sempre tentando trazer as outras para junto de nós, mas entendemos que muitas ainda têm empecilhos impedindo”, revela.

O Coletivo Mais Uma

Inicialmente o grupo começou como “Feministas de Teutônia”, Letícia criou uma página no Facebook chamada “Mais Uma Feminista” e convidou outras mulheres para administrarem. “Primeiro pensei no nome porque me sentia mais uma lutando e falando. Quando resolvemos debater um nome para o Coletivo, entre várias opções, uma integrante sugeriu utilizar o nome da página, e pela decisão da maioria, acatamos”, conta.

A ativista ainda compartilha que o nome significa que apesar de o movimento ser “coletivo”, as individualidades de cada uma, bem como suas histórias e batalhas, são respeitadas e cada uma é “mais uma” sobrevivente que conta sua história. “Todas as mulheres já sofreram alguma violência de gênero ao longo da vida. É ‘mais uma’ junto às outras para lutar, que não se cala e levanta a voz”, conclui.

Acompanhe o movimento no instagram.

Secundo a idealizadora Letícia, a presença dos homens também é importante na luta contra a violência / Crédito: Divulgação
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