Quase 30 casos de mordidas de animais já foram registradas neste ano, em Teutônia

Pessoas que forem vítimas devem procurar ajuda nas unidades de saúde e, se possível, consultar a caderneta de vacinação do animal

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Mordidas de cachorros, normalmente, são as mais frequentes Crédito: Freepick

Nas últimas semanas, o número de relatos sobre mordidas de cães aumentou em Teutônia. Pessoas da comunidade reclamam que animais soltos pelos bairros, muitos de rua, estão atacando. O fiscal da causa animal, Gustavo Nunes Aumond, informa que não recebeu denúncias desses acontecimentos. Contudo, até quinta-feira (16/3), 28 pessoas tiveram atendimento por conta de mordida animal no município, de acordo com dados de atendimentos na rede de saúde.

Mesmo sem denúncias formalizadas, o fiscal diz que a maioria dos casos são de animais com tutela, ou seja, há imprudência no cuidado em manter animal no pátio. Quando há registro, é feita a visitação in loco, em que o fiscal investiga sobre a tutela do animal, a fim de verificar a caderneta de vacinação.

Nestes casos, o tutor é notificado e responsabilizado. “Já os animais soltos na rua sem tutela não há controle. A castração seria a solução imediata para o caso, visto que ela reduz a agressividade do animal e o controle populacional, evitando a procriação”, destaca.

O que acontece após a mordida?

Quando uma pessoa é mordida por um animal, o ideal é logo lavar o local e depois buscar por atendimento médico. Segundo a fiscal sanitária responsável pelo Laboratório de Entomologia da Vigilância Ambiental em Saúde de Teutônia, a médica veterinária Candice Schmidt, após a consulta, a Vigilância Sanitária recebe a notificação para acompanhar o caso.

Para diminuir esses ataques, ela orienta que a população evite se aproximar ou tentar contato com cachorros que estão na rua, já que são as mordidas mais frequentes. “Em animais no pátio também pedimos para as pessoas não tentarem tocar ao passar, pois nunca se sabe se ele é um bicho mais feroz”, completa.

Em alguns casos, a pessoa precisa receber a vacina antirrábica. Quando feita a notificação do caso e avaliação da necessidade do paciente receber a vacina e/ou antirrábico, existe um protocolo pré-definido pelo Ministério da Saúde. É com base nisso que o profissional de saúde deve se embasar. “Se tiver a necessidade do paciente receber vacina ou soro, o caso é encaminhado para o biólogo da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde para avaliação.”

Em Teutônia, a vacina contra a raiva é aplicada somente no Centro Avançado de Saúde do Bairro Canabarro, nas segundas e sextas-feiras, mediante agendamento. Já o soro é aplicado, exclusivamente, no Hospital Ouro Branco com termo de liberação. “Todo esse processo de notificação, avaliação, prescrição e aplicação de vacina e soro antirrábico ocorre seguindo um instrutivo do Ministério da Saúde, e todos os documentos e etapas são entre a Unidade Básica de Saúde/Hospital, a Vigilância Epidemiológica e a Coordenadoria de Saúde”, ressalta.

Médica Veterinária, Candice Schmidt, explica quais são os protocolos da vigilância nesses casos Crédito: Arquivo pessoal

Causa animal

Conforme, o Presidente da Rede de Proteção Ambiental e Animais (Repraas), Vladimir da Silva, os casos chegam a entidade, e ela orienta o cidadão da guarda e posse do animal, pois, segundo ele, se torna uma ocorrência na esfera criminal e de saúde pública. “Quando se tem um animal é preciso ter cuidado e manter em pátio fechado, assim evita acidente.” Ele ainda lembra que se o animal for sem dono, a vítima deve procurar a Vigilância Sanitária, para que se tome as medidas pertinentes à legislação, pois também é um caso de saúde pública.

Já a vereadora Neide Jaqueline Schwarz, que atua na causa animal desde 2007, lamenta que além de tentar um lar para os animais, ou orientar que eles fiquem cercado com cuidados, não há muito que fazer. “Enquanto não tivermos um espaço adequado para podermos abrigar os cães de rua e os que estão em maus tratos, não temos solução imediata”, observa.

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