Workshop e cases positivos fazem pensar o cooperativismo e associativismo no 1º Fórum Coopop

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Érika de Castro apresentou as cooperativas escolares / Crédito da foto: Carla Beckmann

O segundo momento do 1º Fórum Coopop, nessa quarta-feira (24/5), foi de reflexão sobre o associativismo e cooperativismo. O worksho de encaminhamentos de ações foi conduzido por Fernando Röhsig.

Ele trouxe uma explanação sobre o cooperativismo e associativismo, destacando suas semelhanças e diferenças. Ele também apresentou as estruturas e funcionamento de cada modelo, bem como a responsabilidade das direções e também dos associados.

Após, propôs o desafio aos participantes de pensarem e apresentarem possíveis associações, com seus modelos de gestão e direções, que poderiam atuar nas comunidades. Alguns participantes apresentaram suas ideias, e também cases de associações reais. Por fim, ele propôs três questões aos presentes: 1) Como engajar as pessoas ao modelo associativo? 2) Como criar um propósito sólido para engajar associados? 3) Quais estratégias mais recomendadas?. Questões que também foram respondidas por alguns presentes.

Fernando Röhsig trouxe workshop sobre o tema / Crédito da foto: Carla Beckmann

Cases de sucesso

Finalizando a tarde, cinco cases de sucesso do associativismo e cooperativismo apresentaram suas histórias.

O primeiro pitch foi do Grupo de Danças Alemãs de Estrela. O instrutor dos grupos, Andreas Hamester, falou em nome da entidade. Ele disse que o grupo é um exemplo, na área cultural, de cooperativismo. Ele contou a história do grupo que surgiu em 1964. “Na época existiam poucos grupos folclóricos no país”, lembra.

Ele relatou o crescimento do grupo desde 1985, quando ele assumiu os grupos, e lançou o desafio: continuar fazendo as mesmas coisas ou conhecer o mundo. A opção escolhida foi a segunda, e deu certo. Um dos segredos foi cativar e acolher as pessoas. Salientou também todo estudo que fez para deixar o nível das apresentações do grupo ainda melhores. “Começamos a entender que para sermos grandes teríamos que trabalhar não somente o corpo, mas a mente. Não só a dança, mas o que estava dentro. A conversa é o fundamento”, conclui. Contou ainda como o grupo traça, segue e cumpre os seus objetivos. “Tivemos juntos momentos difíceis. mas juntos estudamos estas situações e aprendemos de novo”, pontua.

O segundo case foi do Lawi E.C., de Linha Wink, o ex-presidente Elemar Frederico Käfer – Fritz conduziu a apresentação. O clube está afastado de competições esportivas, mas mantém uma grande estrutura. Ele também apresentou a história da entidade, e como mudou-se a ideia de atividades do clube, que optou por investir na sua estrutura para festas comunitárias. “Essa ideia foi para termos uma entrada de recursos”, revela.

Ele conta que são mais de 70 associados, mas que cada associado tem direito a trazer mais uma pessoa. “Fazemos isso para agregar valor ao produto”, pontua. Ele contou que o clube tinha uma dívida, mas com a reestruturações foi possível se recuperar. “A ideia era de cada R$ 1 em investimentos tinha que valer R$ 5 de retorno”, conclui. Reforçou que tudo sempre é discutido entre todos em reunião. “Todo investimento é projetado de acordo com valores que temos de entrada, nenhum feito fora dessa realidade”, complementa.

Após, o Coral Santa Cecília de Linha Glória, em Estrela, Maria Gorete Fell, presidente da associação que mantém o coro, relatou as atividades e ações feitas pelo grupo para manter o canto coral em atividade. Essas ações retornam em recursos que são aplicados não só no grupo, como na comunidade.

Luciana Gregorius destacou o objetivo da criação do coral. Falou também do desafio de trazer jovens para a atividade. “Participamos de diversos eventos diferentes, e conseguimos trazer jovens principalmente pelo convite. O principal que faz ter continuidade é o exemplo, a maioria são filhos de pais que já participaram em outros momento, é herança”, considera. O grupo tem coralistas de 15 a 80 anos. Ela acredita que o canto torna o mundo melhor. “Buscamos músicas que realmente toquem as pessoas”, diz.

A Horta Comunitária do Bairro Canabarro, em Teutônia, também foi apresentada. A pastora Cristiane Echelmeier foi responsável por contar esta história. O projeto surgiu para atender pessoas em necessidade. Ela contou do desafio de manter voluntários ativos e interessados em ajudar.

“A horta é espaço de aprendizagem, utilizado por diversas escolas. Todos nossos objetivos foram alcançados e hoje tem mais”, conta. A pastora destacou como o trabalho é feito em colaboração entre os voluntários. “Junto com a horta surgiu a ideia da refeição solidária”, comenta.

A horta tem reconhecimento internacional na política de segurança alimentar. “Temos duas parceiras na Alemanha que mandam recursos pra gerar renda e autonomia para mulheres, porque temos em sua maioria mulheres entre as voluntárias. Temos muitos parceiros, as cooperativas são nossas parceiras”, salienta.

Ela conta que os voluntários são cíclicos, e vão mudando. Alguns buscam recursos, outros atuam na prática. Além do auxílio para famílias, a horta serve também como aprendizagem sobre alimentação sustentável. O grupo não trabalha só com alimentos, mas também com produção artesanal de materiais que fazem com descartes recebidos, como os absorventes ecológicos. “Transformamos o descarte em renda”, declara.

Encerrando o evento, a jovem Érika de Castro apresentou o case das cooperativas escolares, projeto desenvolvido pela Sicredi Ouro Branco com apoio do município de Teutônia nas escolas municipais. Érika integrou a Eccuart, cooperativa da escola Dom Pedro I, de Linha Clara, que é cooperativa escolar mais antiga do estado. Foi presidente, e também atuou em outras funções.

Ela explicou o funcionamento das cooperativas escolares e seus impactos nas escolas e alunos.

O Fórum Coopop foi uma realização do Grupo Popular de Comunicação, e contou com a parceria das cooperativas Certel, Sicredi Ouro Branco e Sicoob São Miguel, além de Reinigend Química e CIC Teutônia.

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