Extensionistas da Emater nivelam ações do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais

O programa destinará R$ 4.600 pra cada beneficiário e iniciou com um levantamento feito com as famílias selecionadas.

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Crédito: Tiago Bald / AI Emater/RS-Ascar

A Câmara de Vereadores de Paverama recebeu, na semana passada, uma reunião envolvendo extensionistas da Emater/RS-Ascar dos municípios dos vales do Taquari e Caí que trabalham o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado.

O encontro buscou nivelar ações da política pública de transferência de renda, que visa contribuir para a inclusão e a emancipação social e produtiva e para a melhora da qualidade de vida de famílias em vulnerabilidade social que vivem em estado de pobreza extrema. 

Iniciado neste semestre, o programa que destinará R$ 4.600 pra cada beneficiário começou com um levantamento feito com as famílias selecionadas, visando apresentar a política pública e a proposta de trabalho, que resultará no desenvolvimento de atividades produtivas com o apoio do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters).

Dividida em dois acordos de cooperação distintos na região – um voltado a indígenas e outro voltado a mitigar os efeitos da estiagem -, a política buscou inicialmente identificar a situação socioeconômica das famílias, o que formará um diagnóstico geral que, mais adiante, estruturará projetos produtivos. 

Demandas mais urgentes

A reunião contou com a participação do assessor técnico do Departamento de Desenvolvimento Agrário, Pescadores, Indígenas e Quilombolas da SDR, Luiz Fernado Fleck e da antropóloga da Gerência Técnica (GET) e coordenadora de Aters para Indígenas da Emater/RS-Ascar, Mariana Soares. Extensionistas das 12 equipes que trabalham com o programa apresentaram o resultado do levantamento inicial, salientando principais necessidades, demandas mais urgentes, perspectivas e quais os caminhos para a solução de problemas – que podem ser desde a falta de água até a ausência de produção para consumo. 

“O que percebemos é que, em muitos casos, estamos falando de necessidades básicas, imediatas, de habitações com instalações precárias, sem banheiro ou área adequada para higienização, sem organização ou um acesso facilitado”, comenta Mariana. A antropóloga pontua ainda que muitos residem de forma transitória nos locais, não possuindo documentos ou papeis que avalizem a posse da terra, o que torna o trabalho mais complexo. “Muitos são agregados, posseiros, que vivem na invisibilidade”, frisa. Nesse sentido, a ideia é poder atender essas demandas para além do programa, com o apoio de outras frentes e outros aportes de recursos. 

Nesse sentido, o programa visa a integrar as famílias, tornando-as participantes ativas das decisões, fortalecendo o senso de independência em ações que impactem as suas trajetórias de forma positiva. Mariana lembra que nem todos os envolvidos terão aptidão para a agricultura. “Se o trabalho da pessoa é cortar mato, bom, talvez fundamental para ele seja contar com uma motosserra nova ou outro equipamento que lhe auxilie”, exemplifica. “A ideia é priorizar projetos que gerem autonomia e atendam as expectativas do público, de acordo com as suas realidades”, completa Fleck. 

Todas as atividades contam com a participação e o apoio de outras entidades, como os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e as secretarias municipais que trabalham no segmento. Nos dois vales são beneficiadas 184 famílias do CadÚnico de 12 municípios em ambos programas.

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