Sustentabilidade e desinformação pautaram discussão no 4º Meeting Empresarial

Evento integrou a 5ª Jornada Técnica do Setor Alimentício, que segue até esta quinta-feira (19/10) em Lajeado.

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Público acompanhou e participou das palestras. Crédito: Frederico Sehn / Divulgação

Com a proposta de trazer as mais variadas e importantes informações para o empresariado do setor alimentício, a programação do 4º Meeting Empresarial foi aberta por Edilson Deitos e Guilherme Polita, da Zandei Plásticos, que abordaram ESG e Economia Circular.

O evento foi realizado nesta quarta-feira (18/10) e fez parte do terceiro dia de atividades da 5ª Jornada Técnica do Setor Alimentício – Alimentaação, concentradas no Clube Tiro e Caça, em Lajeado. De acordo com eles, a sigla ESG diz respeito a políticas e ações em prol da sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa e sua implantação, independente do porte da empresa.

Alertando para a urgência de práticas mais sustentáveis, os profissionais afirmaram que o plástico é uma solução, não um problema, mas que a indústria deve trabalhar com base na economia circular para que ele tenha valor e feche seu ciclo. Ao falar sobre a transformação do plástico por meio da reciclagem, cujo resultado movimenta a economia e beneficia a sociedade, Polita afirmou: “O plástico não precisa acabar, precisa circular”.

Desinformação

Como principal atração do Meeting, o vice-presidente da Fiergs e presidente do Sindicato das Indústrias da Alimentação e Bebidas do Estado do RS (Siab RS), Marcos Oderich ministrou a palestra “Combatendo a desinformação sobre produtos alimentícios industrializados”. Na primeira parte de sua explanação, ele discorreu sobre o que chamou de “retrato da desinformação”, descrevendo uma “campanha difamatória contra os alimentos industrializados”, a qual começou quando uma nova classificação dos alimentos definiu como ultraprocessados todos os que recebem mais de cinco ingredientes.

Oderich apresentou uma série de motivos que contestam tal classificação, como o fato de incluírem itens como cereais matinais, iogurtes, biscoitos e pão de forma, além de a ausência do processamento comprometer a segurança alimentar e de a relação entre esse tipo de alimento com doenças crônicas como obesidade ser questionada. “Alguns estudiosos dizem que é um erro associar os ultraprocessados com a baixa qualidade nutricional”, informou.

Marcos Oderich explanou sobre a desinformação na indústria de alimentos. Crédito: Frederico Sehn / Divulgação

Para ele, o cerne da questão está na classificação, que induz ao erro por conta da incorreta interpretação entre “processados”, que são aqueles que recebem adição de sal, açúcar ou gordura, e “ultraprocessados”, que podem levar uma série de aditivos e ingredientes críticos que em excesso deveriam ser evitados. “A questão não é a industrialização, mas o ultraprocessamento. Esse sim destrói a matriz dos alimentos, adicionando sódio, açúcar e gordura saturada em excesso”, explicou.

A partir disso, descreveu as ações do Siab-RS, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), para combater a desinformação, que visam desmistificar e levar informação mais adequada para a classificação desses alimentos e o que eles podem proporcionar. Entre essas ações, ele relatou o histórico de atividades e falou sobre o guia Indústria de Alimentos 2030, o qual faz um contraponto ao que está publicado no Guia Brasileiro de Nutrição.

Case Estância das Oliveiras

Para fechar a programação, Rafael Sittoni Goelzer apresentou o case da Estância das Oliveiras, marca de azeites de oliva de Viamão que nasceu do sonho do seu pai de trazer um produto de qualidade para a mesa da própria família. Segundo ele, a ideia surgiu após as viagens do pai ao exterior e a constatação de que a qualidade do azeite no Brasil não era a mesma. A partir disso, ele começou a estudar pontos como solo e clima e a buscar inspirações em produtores reconhecidos, levando à Embrapa a proposta de tornar sua propriedade uma unidade de pesquisa.

Case da Estância das Oliveiras foi apresentado por Rafael Sittoni Goelzer. Crédito: Frederico Sehn / Divulgação

O principal objetivo de ser incluído no mapa nacional dos olivais era facilitar o acesso ao crédito. Cinco anos depois, veio o reconhecimento como a melhor unidade do país, mas somente passados 11 anos do primeiro plantio foi que a família começou a produção de azeite para o próprio consumo. Daí em diante, a produção contínua e exponencial permitiu o lançamento comercial da marca Estância das Oliveiras há cinco anos atrás, quando também se iniciou a participação nas primeiras premiações.

“A ideia não era ganhar os prêmios, mas sim submeter os azeites aos maiores avaliadores do mundo”, revelou. Rafael ainda contou que, somente em 2023, o azeite participou de nove premiações internacionais, conquistando 74 condecorações. “Somos o azeite mais premiado do Brasil e um dos mais premiados do mundo. Nosso azeite é o único premiado em cinco continentes”, contou.

Termo de cooperação

Durante o Meeting, a presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Graciela Ethel Black, e o gerente da entidade, Antonio Juarez da Silva, juntamente com a gerente de Operações do Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, Jussânia Gnoatto, assinaram um Termo de Cooperação que garante descontos aos associados da Acil em serviços metrológicos (ensaios microbiológicos e físico-químicos de alimentos e bebidas) e em consultoria e serviços operacionais disponibilizados pelo instituto. O intuito é promover a qualificação, inovação e o aumento da competitividade às indústrias de alimentos da região.

Termo de Cooperação com Instituto Senai garante descontos aos associados da Acil. Crédito: Frederico Sehn / Divulgação
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