Boletim aponta estabilidade nos indicadores do mercado de trabalho no 3º trimestre de 2023

Em um ano, o RS apresentou crescimento de 1,8% no estoque de empregos formais, uma variação positiva de 47,4 mil postos.

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Crédito: Camille Lenz da Silva

A estabilidade marcou o comportamento do mercado de trabalho do Rio Grande do Sul no terceiro trimestre de 2023, conforme o Boletim de Trabalho divulgado nesta terça-feira (26/12) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) do Estado. Os resultados dos principais indicadores mostraram uma tendência à acomodação na comparação com os registros do mesmo trimestre em 2022 e também em relação aos resultados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e à média nacional.

A taxa de desemprego ou desocupação no Estado, de 5,4% no terceiro trimestre, permaneceu estável em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, assim como em Santa Catarina, São Paulo e no Brasil. A Taxa de Participação na Força de Trabalho (TPFT), indicador da porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca de trabalho também apresentou estabilidade na comparação, chegando a 64,8%, mesma linha seguida pelo Nível de Ocupação, percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, que alcançou 61,3%.

A Taxa de Informalidade no Rio Grande do Sul no terceiro trimestre de 2023 ficou em 31,5%, também estável, movimento similar aos demais estados da Região Sul, à São Paulo e à média nacional.

A publicação trimestral contempla, além do desempenho do mercado de trabalho, seção específica sobre o emprego formal e um box especial sobre a mudança na estrutura etária da força de trabalho e desocupação no Rio Grande do Sul. A autoria do boletim é dos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Novo Caged.

“É importante recuperar que o comportamento da taxa de desocupação no período foi favorecido seja pela estabilidade, nos casos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo, seja pela queda, no caso do Paraná e do país, da taxa de participação na força de trabalho, ou seja, a ausência de pressão pelo lado da oferta sobre os mercados de trabalho do Rio Grande do Sul e de suas referências comparativas selecionadas contribuiu para que não houvesse uma piora da taxa de desocupação”, aponta Bastos.

Mercado de trabalho

Assim como o destacado no boletim anterior, a desocupação de longo prazo (aquela em que a pessoa busca trabalho por período igual ou superior a um ano) registrou queda no terceiro trimestre em relação a igual período de 2022, passando de 27,8% no ano anterior para 21,8% no intervalo entre julho e setembro de 2023 no Rio Grande do Sul.

Outro indicador para a subutilização da força de trabalho, a taxa combinada de desocupação e de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas registrou queda em relação a 2022, passando de 10,2% para 9% no Estado, o menor para um terceiro trimestre desde 2015. O movimento de queda também ocorreu no Paraná, em São Paulo e pelo país. O Boletim de Trabalho ainda aponta que o rendimento médio real habitual dos ocupados permaneceu estável no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (R$ 3.317), assim como em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo.

Mercado formal

No período entre outubro de 2022 e outubro de 2023, o Rio Grande do Sul apresentou um crescimento de 1,8% no estoque de empregos formais, uma variação positiva de 47,4 mil postos. Em termos percentuais, ficou abaixo dos demais estados da Região Sul (+2,5% em SC e +2,8% no PR) e também da média nacional (+3,4%). No período de 36 meses, entre outubro de 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19 e outubro de 2023, o boletim aponta que a variação do Rio Grande do Sul chegou a 13,9% (18,2% no Brasil).

Entre os cinco principais ramos de atividades, o setor de Serviços foi predominante na expansão do saldo anual de postos, concentrando 85% do total do Estado (41,03 mil das 47,40 mil vagas), uma alta de 3,7% no estoque. O segmento de Comércio também teve destaque no aumento total de vagas, com alta de 2%. O destaque negativo ficou por conta da Indústria, que viu a Indústria de Transformação, que representa mais de 95% do setor, sofrer retração em 11 de seus 24 segmentos.

O documento do DEE/SPGG aponta ainda que o saldo de 47,40 mil vínculos de trabalho no período de outubro de 2022 a outubro de 2023 teve 53% do total ocupado por mulheres e que os jovens até 24 anos seguem predominantes na distribuição das vagas.

Quanto ao desempenho do Estado dividido nas nove Regiões Funcionais (RFs) para fins de planejamento, todas tiveram expansão, sendo a menor, percentualmente, obtida na RF 8, de Santa Maria, e a maior na RF 9, que inclui as cidades de Passo Fundo e Erechim.

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